Recuperação depois da quebra: esta foi a grande premissa para a safra 2022/23 de cana-de-açúcar do Centro-Sul. Ainda assim, o ciclo teve momentos conturbados. Os canaviais estavam em processo de regeneração e foram atingidos por altos níveis de chuvas antes da colheita, fazendo com que a qualidade da matéria-prima ficasse abaixo do esperado.
Mas as adversidades foram contornadas. Os meses de inverno foram mais secos, o que ajudou na melhora dos índices de açúcar. As usinas também conseguiram acelerar a moagem e manter uma produtividade mais estável, um avanço fundamental para o aproveitamento de suas capacidades instaladas.
Considerando este contexto, o Instituto de Pesquisa e Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege) fez um levantamento com os indicadores de custo e rentabilidade da temporada passada. E os resultados são de aumento, tanto para o lado dos preços quanto das despesas.
A atual amostra envolve 89 unidades agroindustriais de 45 grupos, que juntos processaram 215 milhões de toneladas de cana. O volume é equivalente a 39,2% da moagem da região na temporada, de 548,28 milhões de toneladas.
A apresentação foi feita pelo analista Ruan D’Aragone durante o evento Expedição Custos Cana. De acordo com ele, na temporada, o custo total agrícola chegou a R$ 14.365 por hectare, uma alta de 20,5% em relação aos R$ 11.916,81/ha registrados no ciclo anterior. Apesar disto, a margem econômica da amostra se manteve positiva.