As usinas do centro-sul do Brasil processaram 42.46 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de maio da safra 2020/21. O volume é 8,76% maior do que o total de 39.04 milhões de toneladas processados na mesma quinzena do ano passado.
Os dados foram divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e apontam ainda para um aumento de 21,67% na moagem acumulada desde o início da safra em relação ao mesmo período da temporada anterior, com 103.02 milhões de cana processadas.
Segundo a Unica, 235 usinas estavam em operação até 16 de maio, das quais 21 iniciaram a safra na primeira quinzena do mês. Na mesma data do ciclo passado, 240 usinas estavam em plena atividade. A expectativa é de que mais dez unidades iniciem a safra na segunda metade de maio e outras 12 comecem as atividades no início de junho.
Do total de usinas em atividade, 40 produzem exclusivamente etanol, com quatro delas utilizando milho como matéria-prima para o biocombustível. “Essas unidades que não produzem açúcar foram responsáveis por 15% da moagem e 32% da produção de etanol”, informou a entidade em comunicado.
Com 47,23% da oferta total de cana destinada ao açúcar e 52,77% ao etanol, a produção do adoçante foi de 2.5 milhões de toneladas na primeira metade de maio, com alta expressiva de 55,80% em relação ao mesmo período de 2019, quando a produção foi de 1.61 milhão de toneladas.
A produção do biocombustível totalizou 1.823 bilhão de litros na primeira quinzena de maio, o que corresponde a um aumento de 0,55% em relação ao mesmo período da safra passada.
Nos primeiros 16 dias de maio na safra 2020/21, foram produzidos 1.32 bilhão de litros de hidratado, com aumento de 5,37%. A produção de anidro na primeira quinzena do mês recuou 10,21%, passando dos 561 milhões de litros produzidos no mesmo período do ano passado para 504 milhões de litros.
O teor de sacarose na cana, medido na quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 130,82 quilos (kg) na primeira metade de maio, 9,25% superior ao registrado no mesmo período da safra passada.
Com esses resultados, a moagem acumulada na safra 2020/21, que se iniciou em abril, chega a 103.019 milhões de toneladas, com alta de 21,67% em relação ao volume processado na safra anterior. Desse total, 45,31% da cana moída foi destinada para a produção de açúcar, que aumentou 83,88% em relação ao ano passado, para 5.492 milhões de toneladas.
Já os outros 54,69% da cana processada foi utilizado para produção de etanol, que chegou a 4.399 bilhões de litros desde o início de abril, com alta de 8,57% na comparação anual.
Para o diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, “o aumento de 2.5 milhões de toneladas na produção de açúcar registrado até o momento reflete a tendência de uma safra açucareira, em virtude da pior remuneração do biocombustível em relação ao adoçante e do avanço da colheita em função das condições climáticas favoráveis”.
Segundo o executivo, a produção também reflete o aumento na procura pelo açúcar brasileiro no início desta safra. Os efeitos da pandemia do novo Coronavírus e a queda nos preços do petróleo por causa de disputas entre Rússia e Arábia Saudita levaram a uma retração abrupta na demanda e nas cotações do biocombustível, tornando a produção do adoçante mais remuneradora para as usinas.
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