No mês em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, o governo federal, em parceria com a Prefeitura do Rio, organizações da sociedade e o setor privado se reúnem para tratar da campanha de promoção da alimentação saudável, que será lançada na cidade do Rio de Janeiro, em 2016. Na segunda-feira (19), durante evento na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, serão firmados os primeiros compromissos dos parceiros para a campanha Brasil Saudável e Sustentável. A iniciativa tem como principal objetivo unir forças para travar a batalha contra a obesidade e o sobrepeso da população na Cidade Maravilhosa.
De acordo com o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, “o momento é de unir esforços em torno do objetivo de tirar o Rio de Janeiro das primeiras colocações das capitais com maior percentual de obesidade”. Segundo o secretário, a proposta é que as ações ganhem escala e inspirem outras iniciativas pelo país.
Alertas da balança
Dados recentes do Ministério da Saúde (Pesquisa Nacional de Saúde), apontam que 56,9% da população brasileira adulta está com excesso de peso e, destas, 21,5% está obesa. Com 54% de adultos com excesso de peso, o Rio de Janeiro está entre as dez capitais com maior índice, de acordo com outra pesquisa, também do Ministério da Saúde, a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014).
Também na cidade da “Garota de Ipanema”, apenas 22% das mulheres maiores de 18 anos consomem a quantidade mínima diária de frutas e hortaliças, número que leva o Rio de Janeiro para o 21º lugar entre as demais capitais brasileiras.
Uma outra pesquisa, realizada pelo IBGE com o apoio do Ministério da Saúde (POF 2008/2009), mostra que a situação das crianças também é preocupante. De acordo com o levantamento, mais de um terço das crianças no Brasil, com idade de 5 a 9 anos, estão com excesso de peso e 14,2% estão obesas. Esta tendência se revela em função do consumo de produtos com alto teor de açúcar e gordura que começa muito cedo no Brasil. Estudo do Ministério da Saúde revelou que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial (PNS 2015).
Brasil Saudável e Sustentável
Para enfrentar este desafio, a campanha vai se concentrar nos principais vilões deste cenário em que o Brasil se encontra: os ultraprocessados, com alto teor de sal, açúcar, sódio e gorduras, como sucos de néctar, biscoitos recheados, produtos instantâneos, feitos com conservantes, corantes etc. Para isto, estará ancorada em ações voltadas para a promoção da alimentação saudável, com foco nas Redes Públicas de Educação, Saúde e Assistência Social e em parcerias entre o setor privado, público e organizações econômicas da agricultura familiar, responsável pela produção da maior parte dos alimentos frescos consumidos pelos brasileiros diariamente.
Com isto, a campanha vai chamar a atenção para os benefícios dos alimentos produzidos localmente e para as vantagens do consumo de produtos orgânicos e agroecológicos. Em contraposição, trará alertas contundentes para os riscos do consumo de produtos ultraprocessados para a saúde das pessoas, tudo expresso em materiais de Educação Alimentar e Nutricional, como cartilhas, folders, vídeos, ações nas Redes Sociais, entre outras.
Outra ação será as compras de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro. Uma delas, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), já está em curso e vai fornecer alimentos orgânicos, em um primeiro momento, a 12 escolas públicas municipais da capital fluminense.
Na lista dos alimentos orgânicos, 22 itens diferentes, como abóbora, batata, beterraba, cenoura, inhame, laranja, tangerina, e outros produzidos por agricultores familiares locais. “Esta compra da agricultura familiar, além de inédita na cidade do Rio de Janeiro, vai garantir produtos orgânicos, frescos e variados que irão compor o cardápio e garantir uma alimentação ainda mais saudável para as crianças”, avalia Arnoldo de Campos. A seleção das escolas teve como principal critério que tenham, pelo menos, 50% de alunos beneficiários do Programa Bolsa Família.
A campanha Brasil Saudável e Sustentável, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), é fruto de diálogos com outros ministérios e órgãos dos governos federal e municipal, além de atores estratégicos da sociedade e do setor privado. São parceiros os ministérios da Saúde (MS), do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Turismo (MTur), a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Sindicato de Bares Hotéis e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindrio), o Instituto Maniva, o Instituto Brasileiro de Desfesa do Consumidor (Idec), a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e a Agência de Cooperação Alemã (Giz).
Fonte: Assessoria de Comunicação/Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome