A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) está pedindo ao governo federal o congelamento do preço do diesel para cálculo do piso mínimo do transporte rodoviário.
Em termos práticos, o pedido da Abrava se refere à suspensão temporária do gatilho do diesel, instrumento regulamentado na tabela do frete que dispõe sobre a revisão da tabela quando a oscilação no preço do biocombustível for superior a 10%, tanto negativa como positiva.
“A suspensão do gatilho do diesel automaticamente congelará o preço, mantendo os valores praticados antes da pandemia da Covid-19 em relação ao diesel”, afirma o presidente da Abrava, Wallace Landim, em documento obtido pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O requerimento foi encaminhado na quinta-feira (30/4) ao Ministério da Infraestrutura e endereçado ao titular da pasta, ministro Tarcísio Gomes de Freitas. No pedido, os caminhoneiros solicitam que a medida deve ser restrita ao período da crise do novo Coronavírus.
Landim, que também é conhecido como Chorão, diz que a medida se deve à forte queda recente no preço do diesel. O combustível acompanhou o recuo expressivo do petróleo, e como outros óleos, foi afetado pela menor demanda em virtude do menor fluxo de pessoas em meio às medidas de isolamento social.
Como justificativa para o congelamento do gatilho durante a pandemia, a Abrava cita que a atual tabela está “defasada” e que sua redução acompanhando o diesel traria um prejuízo ainda maior à categoria “que está mantendo o país abastecido”.
No documento, a associação pede que seja mantido o patamar de preços do óleo antes da pandemia para o cálculo da tabela. Os caminhoneiros argumentam que o serviço está sofrendo prejuízos em virtude da diminuição da demanda por indústrias.
“Há necessidade de evitar a queda abrupta do valor de frete mínimo a ser pago aos caminhoneiros autônomos, uma vez que, apesar da oscilação para baixo dos preços dos combustíveis, observamos um aumento considerável no preço dos insumos que compõe o preço do transporte de cargas”, afirma a Abrava no documento.
O atual texto do tabelamento do frete estabelece que o piso mínimo deve ser revisto quando houver oscilação igual ou acima de 10% nos preços do diesel. Por isso, um eventual novo reajuste já estava sendo estudado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que abriu consulta pública para o tema. A última atualização da tabela foi realizada em janeiro deste ano.
Estadão Conteúdo