A Caixa Econômica Federal está lançando nesta quinta-feira duas linhas de crédito específicas para o agronegócio. Uma delas será a de custeio antecipado, com taxas a partir de 3% ao ano para o Pronaf, programa de agricultura familiar; de 4,50% no Pronamp, destinado a agricultores de médio porte, e de 6,50% para os demais.
Em outra linha, a Caixa vai emprestar dinheiro aos agricultores com recursos da poupança, e taxa de 9,50% ao ano, sem a adição da taxa referencial (TR).
Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, o lançamento da linha de custeio antecipado ocorre 20 dias antes do que havia sido planejado. A ideia anterior era colocar o crédito no mercado no final do mês. “A Caixa é o primeiro banco a lançar o custeio antecipado. Antecipamos o lançamento em 20 dias por escassez de crédito”, disse ele em transmissão ao vivo para anunciar os dois produtos.
No início da semana, a imprensa nacional noticiou que o Tesouro Nacional havia suspendido temporariamente as contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas do Plano Safra 2021/2022. Segundo a reportagem, o aumento da taxa Selic elevou os gastos do governo com a equalização dos juros dos empréstimos, o que consumiu o orçamento disponível antes do previsto.
Banco do agro
Paralelamente, a Caixa quer avançar no agronegócio, fechando o ano com cerca de R$ 40 bilhões em concessões ao setor e se posicionando em segundo lugar entre os bancos que mais emprestam para o agro no País. Na semana passada, Guimarães disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a intenção é elevar a carteira da Caixa no agro a R$ 200 bilhões até 2024.
O líder em crédito para o setor é o Banco do Brasil, que em setembro tinha R$ 225.8 bilhões em carteira. A Caixa possuía, no segmento, R$ 12.3 bilhões. Parte do avanço da CEF no setor se dará com o fim do repasse a outras instituições financeiras dos recursos obrigatórios para o agro, que anteriormente o banco não emprestava.
Na live desta quinta-feira, Guimarães disse que a Caixa conseguirá manter sua expansão no crédito imobiliário, mesmo emprestando também para o agronegócio, porque conta com recursos disponíveis. “Poderemos securitizar tanto no imobiliário quanto no agro, através de LCIs e LCAs”.
Fonte: Estadão
Equipe SNA