Café: safra deve totalizar 53.4 milhões de sacas em 2022

A produção brasileira de café este ano deve totalizar 53.4 milhões de sacas, o que corresponde a uma queda de 4,10% (2.3 milhões de sacas) em relação à estimativa anterior de janeiro (55.7 milhões de sacas).

Se comparada com a colheita de 2020, último ano de bienalidade positiva, a produção esperada para este ano é 15,30% inferior, o que representa 9.65 milhões de sacas a menos, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu segundo levantamento sobre a safra 2022, divulgado hoje.

Segundo o comunicado da estatal, as condições climáticas registradas durante o desenvolvimento da safra 2022 de café são determinantes para a estimativa de produção.

“A recuperação é limitada, uma vez que a estiagem e as geadas ocorridas ainda no ano passado, principalmente em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, debilitaram as plantas, influenciando no desempenho produtivo das lavouras de café”, indicou na nota o presidente da companhia, Guilherme Ribeiro.

Com relação à safra do ano passado, que foi de 47.7 milhões de sacas, a expectativa é de um aumento de 11,95% (5.7 milhões de sacas).

Impacto

Segundo a Conab, o café do tipo arábica é aquele que deve ser mais influenciado pelo clima adverso, pois a sua concentração ocorre nas regiões que tiveram mais impacto das baixas temperaturas e da escassez hídrica. A expectativa ainda é de recuperação na produção em relação à safra passada, podendo atingir 35.7 milhões de sacas do produto beneficiado.

No entanto, pondera a Conab, era esperado um potencial produtivo maior, por se tratar de um ciclo de bienalidade positiva. Se comparado com a safra 2020, a sinalização é de diminuição de 23,60% do volume total estimado.

“Os técnicos da Companhia que foram a campo acompanhar o desenvolvimento das lavouras relataram que, apesar da boa florada a partir das chuvas ocorridas, não houve um bom pegamento dos chumbinhos devido às condições fisiológicas das plantas”, informou a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.

Rendimento médio

Para a produtividade média, o último ano de bienalidade positiva registrou cerca de 32,21 sacas por hectare para o mesmo café arábica. Já na atual safra a estimativa é de um rendimento médio de 24,6 sacas por hectare.

Minas Gerais continua como o maior produtor de café do Brasil, com 24.7 milhões de sacas produzidas, das quais 24.4 milhões de sacas são de arábica.

Recorde

Em movimento oposto ao do arábica, a produção de café conilon (robusta) deve registrar um novo recorde, com colheita de 17.7 milhões de sacas beneficiadas, um aumento de 8,70% em relação à safra anterior, puxado pelo incremento de produtividade que tem sido recorrente a cada ano.

No Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, a produção tende a ultrapassar as 12 milhões de sacas. “Não houve registro de extremos climáticos no estado capixaba. Pelo contrário, o volume de chuvas e as temperaturas foram favoráveis para a cultura. O mesmo cenário foi verificado na Bahia”, indicou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

“Em Rondônia, além das boas condições climáticas, os produtores seguem investindo em melhorias nos pacotes tecnológicos. Já os estados de Mato Grosso e Amazonas apresentam grande potencial para ampliar a produtividade e consequentemente a produção”.

Área

Segundo o levantamento divulgado pela Conab, a área destinada para o café está estimada em 2.2 milhões de hectares, com aumento de 1,90% em comparação com 2021. A elevação é esperada tanto para o espaço destinado às plantas em formação como para aquelas em produção.

Para a área em formação, que contempla plantios novos e áreas esqueletadas ou recepadas, a Conab estima cerca de 401.200 hectares, enquanto que as lavouras em produção devem se estender por 1.84 milhões de hectares, com aumentos de 2,50% e 1,80% respectivamente.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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