O Brasil exportou em setembro 3.386 milhões de sacas de 60 kg de café, 4,50% mais do que no mesmo mês de 2021. A receita aumentou 49,80%, registrando um recorde para o mês de setembro de US$ 805.5 milhões, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“A performance reflete um maior ingresso dos cafés arábicas da nova safra, que contrabalança a intensa demanda das indústrias nacionais pelos cafés canéforas (robusta+conilon)”, indicou em nota o presidente da entidade, Günter Häusler.
“As exportações de arábica aumentaram 18% em relação a setembro de 2021 e registraram o segundo melhor patamar dos últimos cinco anos. Assim, no total, a queda nos embarques de conilon e robusta foi compensada, gerando um fechamento positivo no mês passado.”
No acumulado dos três primeiros meses do ano safra 2022/23, as exportações de café totalizam 8.742 milhões de sacas (- 2,70% em relação ao mesmo período da safra anterior) e receita de US$ 2.074 bilhões (+ 48,90%), “o melhor desempenho nos últimos cinco anos”.
Já no acumulado de janeiro a setembro, as exportações totalizaram 28.748 milhões de sacas (- 3,90%) e receita recorde de US$ 6.730 bilhões (+ 60,40%).
Melhor desempenho
“As exportações de café arábica registraram o melhor desempenho nesse período de nove meses dos últimos cinco anos, contribuindo para mitigar a queda em volume até o momento”, indicou Häusler.
“Já a receita cambial recorde no agregado de 2022 reflete a taxa de câmbio favorável e o bom nível do preço médio do embarque, que subiu 67% em relação a 2021 e chega a US$ 234,12 por saca”.
Tipos exportados
O arábica foi o café mais exportado em 2022, com 24.673 milhões de sacas, ou 85,80% do total, informou o Cecafé. Já de café solúvel foram embarcadas 2.820 milhões de sacas, ou 9,80% do total.
Na sequência, aparecem a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 1.220 milhão de sacas (4,20%), e o produto torrado e torrado e moído, com 34.619 sacas (0,10%).
Segundo o Cecafé, o grão de qualidade superior ou com algum tipo de certificado de práticas sustentáveis respondeu por 18,20% das exportações brasileiras de café até setembro. Foram 5.224 milhões de sacas, com queda de 0,50% em relação ao período de janeiro e setembro de 2021.
“O preço médio desses cafés diferenciados é de US$ 281,90 por saca até o momento, proporcionando uma receita de US$ 1.473 bilhão nos nove meses, o que corresponde a 21,90% do obtido com os embarques totais”, informou a entidade. “No comparativo anual, o valor é 52,40% maior do que o apurado no mesmo período anterior.”
Destinos
Os Estados Unidos são o principal destino do café diferenciado, com 1.211 milhão de sacas neste ano, o equivalente a 23,20% do total. Depois estão a Alemanha, com 916.718 sacas (17,50%); Bélgica, com 658.023 sacas (12,60%); Itália,com 335.171 sacas (6,40%) e Japão com 246.903 sacas (4,70%).
Os EUA também são os principais compradores do café brasileiro como um todo. Entre janeiro e o fim de setembro, o país importou, segundo o Cecafé, 5.853 milhões de sacas, volume 2,30% superior ao do mesmo período de 2021. Esse volume corresponde a 20,40% dos embarques totais do Brasil neste ano.
Outubro
As exportações brasileiras de café em grão em outubro até o dia 9 (com cinco dias úteis), somaram 952.678 sacas de 60 quilos (média diária de 190.535 sacas), com a receita totalizando US$ 229.612 milhões (média diária de US$ 45,922 milhões) e preço médio de US$ 241,02 por saca.
A receita média diária obtida com as exportações de café em grão em outubro é 64,50% maior no comparativo com a média diária de outubro de 2021, que registrou US$ 27.917 milhões.
Já o volume médio diário embarcado é 21,10% maior que o de outubro de 2021, quando totalizou 157.370 sacas diárias de média. O preço médio, por sua vez, disparou 35,90%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).