Café brasileiro reforça protagonismo internacional com apoio do Ministério da Agricultura e CNC

Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, entrega Café do Governo a ministro da agricultura do Irã, Gholamreza Nouri Ghezeljeh. Foto  Carlos Silva /Mapa

O Conselho Nacional do Café (CNC) reforça o papel estratégico do Brasil no cenário internacional da cafeicultura. Com uma produção que responde por mais de 30% do comércio global de café verde e exportações anuais que ultrapassam 50 milhões de sacas, o país reforça seu papel de líder no fornecimento de um produto de qualidade e sustentabilidade. Nos últimos anos, essa posição ganhou novo fôlego graças a iniciativas de alto impacto lideradas pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em parceria com o CNC.

A pedido do ministro Fávaro, o CNC desenvolveu o projeto “Café do Governo”: um blend exclusivo de grãos arábica e conilon, cuidadosamente selecionados pelas cooperativas filiadas ao Conselho. A iniciativa visa apresentar, a cada visita oficial de comitivas internacionais ao gabinete do ministro, uma experiência sensorial única que traduza a diversidade e a excelência da cafeicultura brasileira. Os cafés estão sendo entregues a delegações de embaixadores, chefes de estado e representantes de organismos internacionais, cumprindo o duplo papel de brinde oficial e cartão de visita do agronegócio verde‑amarelo.

“Trata‑se de um projeto que une tradição e inovação”, afirma Silas Brasileiro, presidente do CNC. “Ao distribuir o ‘Café do Governo’ em encontros diplomáticos e missões comerciais, reafirmamos nossa vocação para a sustentabilidade ambiental, o impacto social positivo nas regiões produtoras e a excelência agronômica de cafés que estão classificados acimas dos 80 pontos.”

Paralelamente, o CNC foi convidado a integrar as reuniões do BRICS 2025, cuja programação no Brasil começou em 12 de abril e segue contribuindo para fortalecer a cooperação agrícola entre os países emergentes. Durante os encontros realizados no Itamaraty e no Serpro, o CNC tem oferecido blends especiais, acompanhados de material informativo em quatro idiomas. A presença do café brasileiro reforça a importância do setor para a segurança alimentar mundial e para as metas de desenvolvimento sustentável.

O Brasil, ao lado de Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes, Egito, Etiópia e Indonésia, compõe um bloco responsável por 25% do PIB global e 50% da população mundial. Dentro desse contexto, o CNC atua não somente como interlocutor junto a governos e organismos multilaterais, mas também como guardião das melhores práticas socioambientais: apoio a pequenos produtores, o estímulo a tecnologias de baixo carbono, a promoção da agricultura regenerativa e a execução de programas de proteção de mananciais e matas ciliares (como o “Café Produtor de Água”) são pilares de sua estratégia.

“Mais do que nunca, o mundo precisa conhecer a história de resiliência de nossos produtores”, conclui Silas Brasileiro. “Desde a superação das geadas históricas até a consolidação de blends premiados, o café brasileiro é símbolo de qualidade e sustentabilidade. Com o “Café do Governo” em mãos internacionais e nossa participação no BRICS e no G20, mostramos que o agronegócio brasileiro não entrega apenas um produto, mas uma história de compromisso socioambiental e de crescimento compartilhado.”

Cafeicultura movimenta R$ 125,70 bilhões no Brasil em 2025 e destaca força do mercado internacional

Foto: Divulgação CNC

Demonstrando essa força dos cafés do Brasil, durante a abertura do Encafé 2025, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) em 23 de abril, o presidente da National Coffee Association (NCA) dos Estados Unidos, Bill Murray, reforçou a força do mercado americano e a importância do Brasil como principal fornecedor do grão. Segundo Murray, o consumo médio de café nos EUA é de três xícaras diárias por pessoa, o que contribui para a geração de mais de 2,2 milhões de empregos no país

Ele aproveitou a ocasião para reforçar o pedido da Organização Internacional do Café (OIC) ao governo americano sobre a isenção da tarifa de 10% recentemente imposta às importações de café, argumentando que o Brasil merece um tratamento diferenciado devido à sua relevância econômica e cultural no setor.

No mesmo cenário de projeções positivas, o Valor Bruto da Produção (VBP) dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025 deve atingir a marca histórica de R$ 125,70 bilhões — um crescimento expressivo de 57% em relação ao ano anterior, quando o setor faturou R$ 80,07 bilhões. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) ontem (24), e baseiam-se nos preços médios recebidos pelos produtores entre janeiro e março deste ano.

Desse total, a espécie Coffea arabica responde por R$ 86,52 bilhões, equivalente a 71,2% do faturamento, enquanto a Coffea canephora (robusta e conilon) representa R$ 36,18 bilhões (28,8%).

Minas Gerais lidera com mais da metade do faturamento nacional

A produção cafeeira está distribuída por 17 estados brasileiros, abrangendo todas as regiões do país. O estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com faturamento estimado de R$ 62,93 bilhões, o que corresponde a 50,06% do total. Em segundo lugar, está o Espírito Santo, com R$ 30,88 bilhões (24,57%), seguido por São Paulo (R$ 12,26 bilhões; 9,75%) e Bahia (R$ 9,81 bilhões; 7,8%). Rondônia (R$ 5,94 bilhões; 4,73%) e Paraná (R$ 1,78 bilhão; 1,42%) completam o grupo dos seis maiores estados produtores.

No recorte regional, o Sudeste se destaca, concentrando R$ 106,90 bilhões, ou seja, 85,04% do total nacional. Em seguida aparecem as regiões Nordeste (R$ 9,85 bilhões; 7,83%), Norte (R$ 6,13 bilhões; 4,88%), Sul (R$ 1,78 bilhão; 1,42%) e Centro-Oeste (R$ 1,03 bilhão; 0,82%).

Exportações

Apesar do desempenho interno robusto, o setor cafeeiro brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos do comércio internacional. A tarifa de 10% sobre importações de café imposta pelos Estados Unidos acende um alerta. A fala de Bill Murray no Encafé reforça a importância de políticas comerciais que valorizem os laços históricos e econômicos entre Brasil e EUA.

O Brasil, maior exportador mundial de café, é peça-chave no abastecimento global. Medidas que afetam diretamente sua competitividade no exterior podem ter reflexos no equilíbrio da cadeia produtiva, nos preços internacionais e, consequentemente, na renda dos produtores brasileiros.

Perspectiva otimista e desafios pela frente

Com um faturamento recorde à vista e reconhecimento crescente nos mercados internacionais, a cafeicultura brasileira segue como um dos pilares do agronegócio nacional.

No entanto, para sustentar esse crescimento, o setor precisará continuar investindo em inovação, sustentabilidade e relações comerciais estratégicas — especialmente em tempos de mudanças regulatórias e tensões tarifárias.

O estudo completo com os dados do VBP da cafeicultura está disponível no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, com base em informações do IBGE e da SPA/MAPA.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNC
Alexandre Costa – alexandrecosta@cncafe.com.br / imprensa@cncafe.com.br

 

 

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