O valor das exportações do agronegócio em julho foi de US$ 9.10 bilhões, o que representa uma queda de 5,2% se comparado com o mesmo período de 2014 (US$ 9.61 bilhões). Isso fez com que o saldo na balança no mês passado diminuísse 1,8%, para US$ 7.96 bilhões. Os dados são de levantamento realizado pelo professor Marcos Fava Neves (FEA-RP/USP) e o pesquisador Rafael Kalaki (Markestrat).
“Também o valor exportado acumulado no ano (US$ 52.4 bilhões) apresentou queda de 10,8% quando comparado com o mesmo período de 2014 (US$ 58.7 bilhões). O saldo da balança do agro foi robusto neste período (US$ 44.2 bilhões), porém, com queda de 9,7%. Os demais produtos fora do agro também tiveram queda de 29,8% nas exportações em julho (US$ 13.4 bilhões em 2014, para US$ 9.4 bilhões em 2015), o que levou a participação do agronegócio a 49,2% em relação ao total. Ou seja, metade do que o Brasil exporta, vem do agro”, afirma a pesquisa.
“O saldo da Balança Comercial brasileira em julho foi de US$ 2.4 bilhões, importante para recuperar o déficit que vinha existindo no primeiro semestre. Estamos agora com um saldo de US$ 4.6 bilhões, mas conquistado à queda drástica nas importações do País, reflexo da crise econômica que afeta o consumo e principalmente o investimento (bens de capital) e da força do dólar. Se não fosse o agro, a balança comercial estaria negativa em US$ 39 bilhões”, complementa.
De acordo com os pesquisadores, neste julho conseguiram aumentar as exportações as cadeias de: milho (aumentou US$ 99.4 milhões em relação a julho 2014), soja em grão (US$ 72.8 milhões), celulose (US$ 64.8 milhões), álcool etílico (US$ 42.6 milhões), carne suína in natura (US$ 23.1 milhões), leite em pó (US$ 18.9 milhões), carne de frango in natura (US$ 18.1 milhões), preparações para elaboração de bebidas (US$ 14.3 milhões), papel (US$ 10.3 milhões) e madeira em estilhas ou partículas (US$ 6.3 milhões). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 370.8 milhões nas exportações do agro.
Já as cadeias produtivas que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: açúcar de cana em bruto (queda de US$ 207.8 milhões), carne bovina in natura (US$ 155.2 milhões), café verde (US$ 115.9 milhões), fumo não manufaturado (US$ 80.8 milhões), açúcar refinado (US$ 60.7 milhões), óleo de soja em bruto (US$ 48.9 milhões), outros couros/peles bovinas curtidos (US$ 33.8 milhões), miudezas de carne bovina (US$ 30.2 milhões), bovinos vivos (US$ 28.4 milhões) e carne de frango industrializada (US$ 26.4 milhões). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 787.4 milhões.
“As importações do agronegócio comparando-se julho de 2014 com julho de 2015 diminuíram 23,7%, seguindo a tendência de queda observada ao longo de 2013 e 2014. Importou-se nesse julho US$ 1.15 bilhão. O ano se mostra complicado principalmente pela queda dos preços das commodities, relativamente compensadas pela desvalorização do real. Com esta nova rodada de desvalorização, atingindo R$ 3,50, é provável que tenhamos crescimento mais forte nos próximos meses, a se observar”, conclui.
Fonte: Agrolink