Cacau: cotações têm forte recuo em julho no BR com queda no mercado externo

Segundo levantamento realizado pelo  Notícias Agrícolas, a cotação do cacau registrou um recuo de 20,04% desde o início do mês de julho e as referências do Centro Nacional dos Produtores de Cacau (CNPC) que estavam próximas de R$ 159,33 por arroba, hoje, passam para algo ao redor de R$ 127,40/@.

No começo deste mês, os preços da commodity no estado da Bahia estavam em torno de R$ 123,00/@ uma queda de 20,38%. Já no Espírito Santo, a saca é cotada a R$ 490,00 com um recuo de 20,97% e no Pará as referências estão ao redor de R$ 6,50/kg, com uma desvalorização de 35%.

Para o empresário da Central do Cacau, André Lisboa, a queda nas cotações da commodity é reflexo de três fatores. O preço da tonelada do cacau caiu em Nova York, e os valores são formados pela bolsa. Outro fator foi que as indústrias reduziram o ágio e, para completar, a queda no dólar também contribuiu para o recuo nas referências, disse.

Pará

No estado do Pará, os produtores estão enfrentando problemas para escoar a safra até o estado da Bahia devido à logística operacional das indústrias processadoras. Segundo o analista da consultoria Mercado do Cacau, Adilson Reis, as indústrias paralisaram as compras e algumas apenas realizam comercialização com produtores.

Os armazéns das moageiras no Pará estão lotados em função do grande fluxo de entradas de matéria-prima e faltam caminhões para levar a produção até as fábricas no estado da Bahia. Atualmente, o estado do Pará está colhendo uma super safra de cacau, disse o analista.

Produção Brasileira

Segundo o levantamento da consultoria INTL FCStone, a produção de cacau  temporão, safra intermediária brasileira, acelerou nos meses de junho a julho e apresentou excelentes resultados que abasteceu os estoques, diminuiu a necessidade de importação e reduziu o ágio do cacau no Brasil.

Os processadores de cacau do Brasil receberam um total de 59.200 toneladas de amêndoas. Em comparação, no mesmo período do ano passado, apenas 32.500 toneladas haviam sido entregues, segundo a consultoria.

Na Bahia, as moageiras registraram um aumento nas entradas de cacau de 77% se comparada ao mesmo período do ano anterior, tendo em vista que até o momento foram recebidos 867.167 sacas e na safra passada foram aproximadamente 488.099 sacas.

Mercado Internacional

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o mercado futuro do cacau encerrou a sessão desta terça-feira (31/7) com o vencimento setembro/18 em queda de US$ 69,00, cotado a US$ 2.170,00 a tonelada e o dezembro/18 a US$ 2.220,00 a toneladas em baixa de US$ 55,00. O vencimento março/19 fechou cotado a US$ 2.242,00 a tonelada em queda de US$ 49,00.

Ainda segundo a análise da consultoria INTL FCStone, o terceiro trimestre do ano apresentará uma maior volatilidade ao mercado da commodity, pautado em cenário de incerteza e especulação acerca do próximo ciclo produtivo. “Nos próximos meses, acreditamos que os preços passarão a refletir as perspectivas para a próxima temporada, ainda bastantes discrepantes”, disse o analista do grupo, Fábio Rezende.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp