A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou uma nova estimativa da safra de grãos 2024/25, pela qual haverá um incremento de 10,3% se comparado ao volume obtido no ciclo anterior, totalizando uma produção de 328,3 milhões de toneladas; ou seja, um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas a serem colhidas. Mas o que se comemora por um lado, ainda é motivo de preocupação por outro, devido às logísticas de transporte e armazenagem que ainda deixam muito a desejar no Brasil.
Desafios
Em Mato Grosso, líder nacional na produção de soja e milho, os produtores têm enfrentado desafios na safra 24/25 com questões climáticas que causaram atraso no plantio e comprometimento da qualidade dos grãos. Somado a isso, ainda têm que lidar com a histórica problemática na logística e armazenagem, resultando em um cenário dramático de longas filas nos armazéns, afetando o escoamento da produção.
Aprosoja-MT
Em uma publicação oficial, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) comentou sobre a conseqüência da falta de armazéns, que faz com que os caminhões fiquem de dois a três dias na fila para descarregar. Também foi dito que, por vezes, a carroceria do caminhão acaba sendo um instrumento de armazenagem para o produtor rural, que precisa contratar duas ou três vezes mais caminhões do que realmente seria necessário por conta das filas, gerando impacto financeiro sobre os produtores. Vale ressaltar que ainda há o gargalo das estradas não pavimentadas, que ainda são muito vistas no estado.
O vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, reforçou sobre a necessidade de melhorar a infraestrutura. “Precisamos de mais investimentos em asfalto, ferrovias, hidrovias e também em linhas de financiamento para a construção de armazéns. A maioria dos armazéns está na mão de três grandes empresas, o que limita a capacidade de armazenagem e dificulta a operação de quem está produzindo”. Em certos casos, os produtores precisam utilizar armazéns de terceiros.
Exportações
As exportações também são impactadas pela dificuldade em armazenagem e escoamento da produção. De acordo com Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), de janeiro a fevereiro de 2025, as exportações brasileiras de soja totalizaram 7,5 milhões de toneladas, uma queda de 20,77% em relação ao mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, as exportações somaram 2,65 milhões de toneladas, uma redução de 24,43% em comparação com 2024.
Por Larissa Machado / larissamachado@sna.agr.br
Com informações da Conab e da Aprosoja-MT
