Os embarques de soja do Brasil seguem chamando a atenção pela força neste mês de julho. Segundo os números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), já são mais de 6.1 milhões de toneladas somente nos 13 primeiros dias úteis do mês, o que leva o total acumulado em 2020 a 70 milhões de toneladas. Há um ano, neste mesmo período, eram pouco mais de 48 milhões.
“O ritmo segue forte e ainda há espaço para crescer. Tudo indica que, neste mês, ainda há muito para ser embarcado e os dados finais do mês podem ficar perto das nove milhões de toneladas ou até acima”, disse Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. “Apesar de não estarmos vendo novos fechamentos, os embarques já estão programados e cobertos”.
A estimativa da Brandalizze é de que o Brasil exporte mais de 83 milhões de toneladas de soja neste ano, se aproximando do recorde de 2018 de 83.5 milhões de toneladas. “Há espaço para crescer e bater o recorde histórico”, afirmou o consultor.
O mesmo acontece com todo o complexo soja, que já atinge 80.7 milhões de toneladas, bem acima das 53 milhões de toneladas nesse mesmo período do ano passado, e com potencial para alcançar também o recorde de 101.5 milhões de toneladas registrado há dois anos.
Exportações x Importações
Se 2020 surpreende pelos números das exportações de soja no Brasil, para as importações não é diferente. Também segundo os dados da Secex, no acumulado de julho as compras brasileiras da oleaginosa totalizam 66.000 toneladas, sendo 20.200 toneladas somente na última semana.
No mesmo período do ano passado, as importações foram de 6.500 toneladas, e em todo o mês de julho, 12.700 toneladas. Há semanas o Notícias Agrícolas vem destacando o aumento das importações brasileiras da oleaginosa, dada a força das exportações deste ano e da necessidade crescente do produto, inclusive no setor interno.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a relação estoque versus consumo desta temporada é a menor desde a safra 2011/12.
“Com as firmes demandas externa e doméstica, a relação estoque/consumo final em 48,55% pode ser a menor desde a temporada 2011/12, quando a produção brasileira foi de 93.73 milhões de toneladas, ou seja, 25,60% inferior a de 2019/20 (de 126 milhões de toneladas)”, indicaram os pesquisadores do Cepea.
E é por isso que, somente no primeiro semestre do ano, as importações brasileiras aumentaram 197,20% em relação ao mesmo período de 2019, e totalizaram, conforme mostra a Secex, mais de 272.000 toneladas. Segundo a imagem abaixo, o Paraguai é o principal fornecedor do Brasil.
Fonte: MDIC
Apesar desse aumento considerável, a soja ainda responde por apenas 0,10% nas importações totais do Brasil e 3,96% nas importações do setor agropecuário, informou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
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