Uma missão brasileira esteve na China na última semana com o objetivo de mostrar ao país asiático a importância da compra do farelo brasileiro, na expectativa de abrir um novo mercado.
Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), conversou com o Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (14/11) e destacou que a viagem foi bastante produtiva e pode expor a necessidade de diversificar a pauta exportadora do complexo soja com o país asiático. “Também há uma perspectiva excelente para o biodiesel”, disse Furlan.
Com isso, o Brasil pretende garantir um processo de esmagamento considerável para gerar um excedente de exportação que seja de interesse do parceiro comercial. Ao mesmo tempo, poderá ajudar a China a continuar crescendo. Os chineses ainda não deram um indicativo claro, mas se dispuseram a retomar as conversações a respeito do assunto.
Para Amaral, há um otimismo em torno de conseguir melhorar a relação com o país asiático. “Há todo um processo ‘complexo e longo’ que começa com a habilitação de fábricas, mas há um empenho para que isso dê certo nos próximos meses. A China, além do farelo, também poderia comprar óleo vegetal”.
O Brasil pode ampliar em 45% sua oferta de farelo se houver mercado disponível para receber esse produto, utilizando apenas a capacidade ociosa das indústrias, que hoje é de 20 milhões de toneladas de grãos.
Esse volume seria suficiente para produzir 16 milhões de toneladas adicionais de farelo que, adicionadas às 36 milhões de toneladas produzidas atualmente, geraria uma oferta total próxima de 50 milhões de toneladas.
“Embora a competitividade do produto argentino seja grande, o país é forte neste setor. A Abiove entende que há espaço para o produto brasileiro no mercado internacional, principalmente com a nova demanda chinesa”, concluiu Amaral.
Fonte: Notícias Agrícolas