Brasil lidera processo de digitalização no agronegócio, indica pesquisa

Os meios digitais estão cada vez mais presentes no campo. Foto: Freepik

Um estudo desenvolvido pela McKinsey e apresentado recentemente pelo instituto Insper e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) mostra que o Brasil está na vanguarda da digitalização da agricultura.

Em termos globais, a pesquisa revelou que em 2020, o agricultor brasileiro foi, em média, o profissional que mais utilizou os meios digitais em suas atividades.

Em relação a outros países, “o Brasil obteve, de longe, o maior salto na adoção da digitalização em empresas de B2B (Business-to-business, que vendem produtos ou prestam serviços para outras empresas, pessoas jurídicas)”, afirmou Nelson Ferreira, sócio-sênior e líder de Agronegócios da McKinsey na América Latina.

Segundo o estudo da McKinsey, antes da pandemia, o uso de meios digitais no agro era de 36% e depois da pandemia subiu para 46% (incremento de 10%). Em países da União Europeia e nos Estados Unidos esse avanço foi de 7%.

“Depois do surgimento da pandemia, houve um saldo fantástico na utilização do digital no agro”, disse Marcos Jank, professor de Agronegócio do Insper.

Segundo Lutz Goedde,  sócio-sênior e líder global de Agricultura e Alimentos da McKinsey, a crise “foi um grande acelerador digital. As tendências se aceleraram de forma significativa nos últimos 12 a 15 meses, e isso inclui, principalmente, o engajamento digital”.

Aspectos

A pesquisa “A Cabeça do Agricultor na Era Digital – Estudo Mckinsey 2021” envolveu 600 agricultores de diferentes culturas e considerou aspectos como a compra de insumos e maquinários, comercialização da produção, agricultura de precisão, inovação e tecnologia, planejamento, gestão financeira e de riscos e sustentabilidade.

O levantamento mostrou ainda que a digitalização no agro está muito ligada ao WhatsApp, e que 55% dos agricultores utilizam esse aplicativo em suas transações digitais, incluindo compras, pagamentos, chamadas de vídeo, entre outros.

Coexistência

Para Malu Nachreiner, presidente da divisão agrícola da Bayer do Brasil, uma das empresas que apoiam o estudo, “a abertura do agricultor brasileiro para a era digital é uma realidade, e nos últimos anos há uma vivência muito intensa sobre essa questão no País”.

No entanto, segundo a executiva, “é necessário haver uma coexistência maior” entre as ferramentas digitais e o ambiente físico nas atividades do campo. “Esse vai ser um tema cada vez mais frequente na cadeia do agro”, disse.

“Canais online e offline vão precisar coexistir. Precisamos preparar as equipes técnicas, não só das empresas como das propriedades rurais, para lidar com essa nova realidade. O caminho da multicanalidade é um caminho sem volta. As empresas que operam nesse setor precisam dar oportunidade ao agricultor de utilizar diferentes canais ao longo de sua jornada”, salientou Nachreiner.

Diferenciação

“O grande elemento transformador da era digital é poder tomar decisões baseadas em dados. A empresa e o profissional que for por esse caminho, sem dúvida nenhuma vai ocupar um status diferente na indústria. O agricultor terá uma competitividade distinta”, acrescentou a executiva.

“Hoje o profissional do agro precisa levar informação relevante para o agricultor. Se ele não tomar um posicionamento nesse sentido, muito dificilmente irá ocupar espaço”.

Cooperativas

“A transformação digital no agro é imprescindível”, reforçou o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, que destacou a atuação das cooperativas nesse processo.

“Algumas cooperativas do Sul se organizaram para criar uma plataforma chamada SuperCampo para a transformação digital de suas operações. Outras cooperativas estão aderindo a essa plataforma”.

Mais informações sobre o estudo da McKinsey no vídeo abaixo.

 

Fonte: Insper

Equipe SNA

 

 

 

 

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