Embora tenha registrado uma leve queda, o Brasil ainda está entre os países de boa performance em segurança alimentar, conforme os dados do GFSI (Global Food Security Index) de 2014, realizado pela The Economist Intelligence Unit, apresentados no dia 12 de agosto pelo presidente da DuPont no Brasil, Ricardo Vellutini, durante seminário realizado na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo.
A nota do Brasil caiu de 68,6 para 68,1 pontos no GFSI e, segundo Vellutini, o resultado negativo deve-se a problemas de infraestrutura e à queda do PIB per capita, que faz com que as famílias paguem mais pelos alimentos. No entanto, os pontos favoráveis ao País são os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, nutrição e programas sociais. “O Brasil investe 2% do PIB agrícola em P&D, o que faz a diferença, além dos programas sociais”, observou.
O estudo analisou o quesito segurança alimentar em 109 países com base na capacidade de os consumidores terem acesso aos alimentos, no abastecimento e na qualidade nutricional. O Brasil é o 33º do ranking geral do GFSI e ocupa a segunda posição na América do Sul e Central, atrás do Chile, com 72,5 pontos.
No geral, 70% dos países analisados apresentaram melhora graças à menor pressão do custo da alimentação e à melhoria dos programas de segurança alimentar. “Quanto menor o aporte de recursos usados para consumir alimentos, melhor”, justificou Vellutini.
Os Estados Unidos é o primeiro do ranking, com 89,3 pontos, seguido pela Áustria, com 85,5 e Holanda 84,4 pontos. “O oferta de alimentos em quantidade, o baixo risco de instabilidades políticas e o menor impacto da alimentação no orçamento das famílias foram os fatores que mais influenciaram nesse resultado”, analisou.
Em contrapartida, a América do Sul e América Central apresentaram menor índice de crescimento e a África Subsaariana, a que possui maior vulnerabilidade alimentar. Os piores países do ranking são República Democrática do Congo, com 24,8 pontos, Chad, com 25,5, e Madagascar, com 27,7 pontos, em razão do baixo PIB per capita, problemas com infraestrutura agrícola, baixa qualidade de proteína na dieta, além de corrupção, de acordo com Veluttini.
“O custo do frete das novas áreas de fronteira agrícola para os portos em muitos casos supera o valor da própria carga transportada”, disse o presidente da DuPont, apenas para apontar um gargalo da infraestrutura. Em relação ao PIB, ele disse que sem crescimento econômico o poder de compra da população cai, aumentando a pressão do custo da alimentação na renda familiar.
Por equipe SNA/SP