Brasil e EUA em queda na produção de trigo

A produção de trigo no Brasil deve sofrer uma leve redução neste ano, mesmo com a área a ser plantada no País podendo superar a de 2022. Já na Argentina, estimativas atuais apontam recuperação da oferta nesta safra, caso o cenário seja de normalidade climática.

Brasil

A Conab indica uma área plantada com trigo de 3.384 milhões de hectares, superando o relatório anterior, cuja expectativa era de 3.302 milhões de hectares e também a área em 2022, que foi de 3.086 milhões de hectares. Em contrapartida, produtividade está estimada em 2.888 quilos por hectare contra 2.894 quilos por hectare no relatório de maio, representando um recuo em relação a 2022, que alcançou produtividade de 3.420 quilos.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande Sul, os produtores de trigo estão preocupados com a falta de crédito e seguro agrícola. Somado a isso, a aproximação do fenômeno El Niño é um outro fator de alerta, visto que as mudanças climáticas podem contribuir para a permanência na queda da produção do grão.

Dados do 9º levantamento para a safra brasileira de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), apontam que a produção de trigo neste ano está estimada em 9.773 milhões de toneladas. Em 2022, a safra totalizou um recorde de 10.554 milhões de toneladas.

Uma das consequências desta retração na produção de trigo é a recuperação dos preços no mercado interno.

EUA

A seca rigorosa enfrentada pelos EUA deve ofertar uma amarga colheita, sendo sua pior safra dos últimos 60 anos. Está sendo esperado que, aproximadamente, um terço do trigo de inverno cultivado em todo o país seja abandonado por não ser economicamente vantajoso colhê-lo este ano.

O país do Tio Sam vive a maior taxa de abandono desde 1917, superando a taxa de trigo abandonada durante o Dust Bowl dos anos 1930, quando houve a tempestade de areia que atingiu os EUA durante quase 10 anos.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, esta situação nos EUA pode impulsionar os preços no mercado internacional, o que, por consequência, refletirá também nos preços do mercado interno”.

Somado à questão climática, a baixa produtividade norte-americana ainda tem reflexo negativo do contexto global que inclui a permanência da guerra entre Rússia e Ucrânia. Existe um volume excedente de trigo russo e do Leste Europeu, altas tarifas ferroviárias para a chegada aos portos e o dólar fortalecido, torna as commodities cotadas na divisa dos EUA menos competitivas. Nesta conjuntura, aumentam crescem os temores de que os moinhos dos EUA importar trigo europeu para farinha, como já tem acontecido.

Por Equipe SNA

 

 

 

 

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