O país deve terminar a safra 2018/2019 com uma colheita recorde de 242,1 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 6,4% em relação ao período anterior. Isso é o que apontou o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que revisou para cima os números do relatório anterior. O crescimento deve-se à maior produção nas culturas de algodão e milho. No caso, da soja, com a queda das estimativas da safra americana, o Brasil deve ser o maior produtor do mundo da oleaginosa.
O diretor da SNA Hélio Sirimarco ressaltou ainda que os números da Conab são conservadores. “Nesta quinta-feira (12), foi divulgado o boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que manteve as estimativas para a safra brasileira de soja em 123 milhões de toneladas e a de milho em 101 milhões de toneladas, ambas acima das estimativas da Conab. Por outro lado, estimou a safra de soja americana em 98,87 milhões de toneladas. Isso significa que o Brasil assume a posição de maior produtor mundial da oleaginosa”, afirmou.
O 12º levantamento da Conab aponta crescimento de 35,9% na produção de algodão, com volume estimado de 4,1 milhões de toneladas do caroço e 2,7 milhões de toneladas do algodão em pluma. “Entre os motivos estão a taxa de câmbio, a evolução dos preços e outros fatores, que levaram os produtores a expandir a área plantada, principalmente nos estados da Bahia e Mato Grosso”, informou a Conab em seu 12º levantamento. A previsão de exportação da pluma também deverá superar a do ano passado em mais de 50%, alcançando pela primeira vez a marca de 1,5 milhão de toneladas.
Já para a soja, a Conab estima redução de 3,6% na produção na safra 2018/2019, atingindo 115 milhões de toneladas. Houve, contudo, o crescimento na área de plantio em 2,1%. Com o fim da colheita próximo (restam apenas algumas áreas na Região Norte e Nordeste), e mesmo com o decréscimo no percentual, esta consolida-se como a segunda maior produção de soja na série histórica dos levantamentos da Conab.
Sirimarco lembra ainda que há outras estimativas apontando o crescimento da produção brasileira de soja para a safra 2019/2020. “A estimativa da Abiove (Ass. Bras. Da Indústria de Óleos Vegetais) é de uma safra de soja 2019/20 de 117,6 milhões de toneladas. A INTL FCStone (consultoria americana) estima a safra de soja 2019/20 em 121,4 milhões de toneladas”.
Em relação ao milho, a Conab estima que a safra 2018/2019 chegue a quase 100 milhões de toneladas. Houve aumento na segunda safra, com crescimento de 36,9% e previsão de produção recorde de 73,8 milhões de toneladas, e queda na primeira safra, com 26,2 milhões de toneladas, 2,3% menor que a anterior. As exportações do grão, segundo a Conab, devem ser recorde, de quase 35 milhões de toneladas.
O feijão apresentou bons resultados apenas na segunda e terceira safras, com aumento de 6,3% e 21,2% respectivamente, segundo a Conab. Mas não foi suficiente para garantir aumento no número total, que fechou 3% abaixo do ano anterior, com cerca de 3 milhões de toneladas nas três safras. Já no caso do arroz, a produção de 10,4 milhões de toneladas é 13,4% menor que a obtida em 2017/18, devido à redução de área e produtividade ocorridas nos principais estados produtores.
A produção de trigo, na safra de inverno, está estimada em 5,4 milhões de toneladas, com uma área de 2 milhões de hectares, 0,2% maior que em 2018, segundo a Conab. As demais culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam um leve aumento na área cultivada, passando de 546,5 mil hectares na safra passada, para 564,8 mil hectares.
Equipe SNA