
Com o andamento da colheita de verão, principalmente de soja, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou as suas estimativas de safra para 2024/25. A Conab aumentou em 2.6 milhões de toneladas a sua projeção sobre a produção de grãos para 328.3 milhões de toneladas. O volume corresponde a um aumento de 10,30%, ou 30.6 milhões de toneladas em relação ao do ciclo anterior.
Esse resultado reflete tanto um aumento na área plantada, estimada em 81.6 milhões de hectares, como uma recuperação na produtividade média das lavouras, estimada em 4.023 quilos por hectare. Caso a estimativa se confirme ao final do ciclo, este será um novo recorde para a produção nacional.
A produção da soja foi estimada em 167.4 milhões de toneladas, 13,30% superior à safra passada.“Após o início de colheita mais lento, devido a atrasos no plantio e excesso de chuvas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro propiciou um grande avanço na área colhida. Nesta semana o percentual da colheita é de 60,90% da área, superior ao registrado no mesmo período na safra anterior bem como na média dos últimos cinco anos”, informou a Conab em seu sexto levantamento sobre a temporada.
Os rendimentos obtidos até o momento têm superado positivamente as estimativas iniciais em importantes Estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, a irregularidade e a ausência de precipitações já afetaram o potencial produtivo da oleaginosa.
No caso do milho, a estimativa é que a colheita da safra de verão aumente 8,30% entre as safras e totalize 24.9 milhões de toneladas.
A colheita da soja dita o ritmo de avanço do plantio do milho segunda safra, que já atinge 83,10% da área prevista. O percentual está abaixo do registrado no último ciclo no mesmo período, porém maior do que a média dos últimos 5 anos. Sobre a segunda safra, a Conab estima um aumento da área de plantio de 1,90%, chegando aos 16.75 milhões de hectares. Com as condições climáticas favoráveis, a estimativa é que a produção totalize 95.5 milhões de toneladas, 5,80% mais que em 2023/24.
Esse bom desempenho influencia na estimativa esperada para a produção total de milho no País, que ainda tem uma terceira safra de 2.4 milhões de toneladas, de forma que o total chegue a 122.8 milhões de toneladas, aumento de 6,1%.
A Conab também elevou a estimativa de produção de arroz em 14,30%, para 12.1 milhões de toneladas. Isso é resultado do aumento de 6,50% da área plantada, que chegou aos 1.7 milhão de hectares. Além disso, as boas condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, permitindo uma recuperação de 7,30% na produtividade média, estimada em 7.063 quilos por hectare.
“Os percentuais de colheita são superiores aos do mesmo período da safra passada em quase todos os principais Estados produtores. Apenas no Tocantins o ritmo de colheita se encontra em percentual um pouco abaixo do ciclo passado”, indicou a Conab.
Outro importante produto para os brasileiros, o feijão deverá registrar um ligeiro aumento na produção total de 1,50% na safra 2024/25, para 3.29 milhões de toneladas. O resultado é influenciado principalmente pela expectativa de uma leve melhora na produtividade média das lavouras, uma vez que a área destinada para a leguminosa se mantém praticamente estável.
No caso do algodão, a estimativa é que o aumento da área plantada, estimada em cerca de 2 milhões de hectares, reflita em aumento de 3,30% na produção. A expectativa é de uma boa produtividade média nas lavouras, podendo ser a terceira maior já registrada na série histórica perdendo apenas para os últimos dois ciclos. Nesse cenário, o País deve produzir 3.82 milhões de toneladas da pluma.
Sobre a safra de inverno, a Conab manteve a sua estimativa para o trigo em 9.12 milhões de toneladas, por enquanto, apenas levando em consideração a intenção de plantio dos produtores.