Brasil deve produzir 13 milhões de toneladas de carne de frango em 2019

A produção brasileira de carne de frango em 2019 deve alcançar 13 milhões de toneladas, com aumento de 1% em relação ao ano anterior, segundo informação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As exportações devem crescer entre 4% e 5% no mesmo período, para 4.3 milhões de toneladas. Já o consumo por capita, entretanto, deve cair 2%, para 41 quilos por habitante.

Entre janeiro e julho de 2019, foram exportadas 2.43 milhões de toneladas de carne de frango pelo Brasil, com aumento anual de 5,80%. O principal destino foi a China, com 311.000 toneladas, que correspondem a 13% do total embarcado pelo Brasil, com incremento anual de 21% em relação às compras do país asiático em igual período do ano passado.

O Paraná foi o estado que liderou as exportações tanto em volume (46.000 toneladas), quanto em receita (US$ 1.558 bilhão), nos sete primeiros meses deste ano.

Peste suína africana 

O aumento das exportações de carne de frango e suína nos sete primeiros meses de 2019 representa apenas o começo do impacto da peste suína africana no mercado global de proteína animal, afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

“A China é o principal driver, mas esse processo está em toda a Ásia. Pode causar crise de alimentação”, disse ele em entrevista coletiva à imprensa.

O diretor estimou que nos próximos meses, quando a temperatura na China começar a ficar mais fria e o consumo local aumentar, o efeito nos preços fique maior, até porque haverá menos reposição de animais, já que o país vem fazendo abates sanitários adiantados.

Quanto às habilitações de novas plantas para a China, os executivos da ABPA afirmaram que isso depende do governo do gigante asiático, mas que o Brasil está preparado para ampliar o número de unidades com permissão de exportar para lá.

“É a China que decide quando irá habilitar. Mas nós dizemos que temos condições, e eles conhecem nossas empresas. BRF, JBS e Aurora, por exemplo, já têm plantas habilitadas para lá”.

O presidente da ABPA, Francisco Turra, especulou que possivelmente as habilitações estejam demorando mais do que se esperava porque os chineses não querem demonstrar vulnerabilidade.

“Os chineses são muito inteligentes comercialmente. Se habilitarem dezenas de plantas repentinamente, é possível que o preço para eles aumente em seguida. Então preferem demonstrar segurança, dizendo: ‘Não estamos precisando tanto assim’. Não querem se entregar para que o mundo os explore”, disse Turra.

Durante a entrevista à imprensa, os executivos da ABPA listaram formas de aumento de exportação para a China sem que novas plantas sejam, necessariamente, habilitadas. As unidades brasileiras que já têm exportação para lá podem direcionar toda a sua produção para o país asiático. Hoje, parte dela vai para outros países e até para o mercado interno.

Além disso, os executivos disseram que a China pode querer importar partes dos animais que hoje o país não consome.

“Daqui a pouco, a China pode querer coxa com sobrecoxa ou peito de frango, produtos que não são de seus hábitos”, afirmou Santin. Entretanto, ele destacou que os preços da proteína no mercado interno, como consequência, podem aumentar. “Vai haver disputa pelo produto. Hoje, mercado interno e externo já brigam por mercadoria”.

O diretor destacou que a ABPA trabalha para estreitar as relações com os chineses, já contando com um representante fluente em mandarim no país. Nesse sentido, ele também elogiou as atitudes da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que fez uma missão ao país acompanhada por empresários e pretende voltar à região.

 

Broadcast Agro

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