Desde a introdução das sementes geneticamente modificadas (GM) no Brasil, em 1998, essa tecnologia tem se mostrado uma aliada dos agricultores no aumento de produtividade em consonância com práticas sustentáveis. Dados divulgados pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) revelam que, entre 1992 e 1998, ano da aprovação da primeira soja transgênica do País, a produtividade da oleaginosa aumentou 17%.
Entre 1998 e 2015, já com o advento da biotecnologia, o incremento foi de 27%, passando de 2,3 toneladas por hectare (ha) para 3 toneladas por hectare, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Ao longo das últimas décadas o Brasil fez uma revolução no campo, lançando mão do melhoramento convencional, boas práticas agronômicas e engenharia genética a fim de produzir mais alimentos na menor área possível”, afirmou diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, em entrevista durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio.
O caso do milho e do algodão, outras duas culturas para quais a transgenia também está disponível, confirmam essa hipótese. No intervalo dos anos 2001 e 2007, quando o primeiro milho GM foi aprovado no Brasil, a produtividade do grão cresceu 12%. Entretanto, desde a introdução de sementes transgênicas, esse aumento foi de 43%, saindo de 3,6 toneladas por ha em 2007 para 5,2 toneladas por ha em 2015. Com o algodão o cenário não é diferente.
Entre 2001 e 2005, ano em que as variedades GM dessa cultura foram aprovadas, a produtividade do algodão em caroço ficou praticamente estável. Todavia, após essa data, houve incremento de mais de uma tonelada por hectare, de 2,9 para 3,9 toneladas por hectare.
Mesmo com o bom desempenho da transgenia no campo, Adriana Brondani ressalta que a agricultura é um sistema complexo e a manutenção dos benefícios das sementes transgênicas depende da adoção de boas práticas agronômicas em biotecnologia, das quais faz parte do Manejo Integrado de Pragas (MIP). “Em variedades que possuem o gene Bt de resistência a insetos, é imprescindível o uso das técnicas previstas no MIP, a exemplo do refúgio, para a preservação da tecnologia”. A adoção de áreas de refúgio (plantio de sementes não-Bt em áreas próximas à lavoura Bt) tem como objetivo a manutenção de pragas-alvo sensíveis às proteínas Bt.
Entidades como o CIB, em parceria com ABRASEM, cooperativas, desenvolvedoras de biotecnologia e produtores rurais, estão engajados na divulgação das boas práticas visando proteger a biotecnologia e os produtores brasileiros.
Fonte: Agrolink