Uso de biocarvão em pastagens para gado aumenta produtividade do solo e promove sustentabilidade, segundo estudo dodo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio). O biocarvão, obtido por pirólise da biomassa, é mais estável e emite menos carbono. Resultados do experimento realizado em uma fazenda no RJ mostraram ganhos de produtividade e potencial de receita adicional para os agricultores. O biocarvão também pode ser uma forma de sequestro de carbono e entrar no mercado de créditos de carbono.
Potencializadores de solo
“O grupo controle reflete a maioria dos pastos hoje no Brasil. Os produtores não costumam usar potencializadores de solo, o que denota, normalmente, um pasto degradado”, explica Agnieszka Latawiec, professora do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e Diretora de Ciência do IIS, coordenadora do estudo de campo que deu origem ao artigo.
O biochar puro com concentração de 30t/ha resultou na maior produção de biomassa para Piatã e Marandu. O uso de biocarvão associado ao amendoim forrageiro levou ao maior aumento de produtividade no capim Paiaguás. O biocarvão também demonstrou potencial na recuperação de pastagens degradadas, que compreendem a maioria das áreas destinadas à pecuária no Brasil.
“Para que a ciência seja de fato aplicada na agricultura, é preciso que as práticas de administração do solo sejam desenvolvidas em conjunto com as comunidades rurais”, ressaltam os pesquisadores no artigo. Os proprietários de terras estiveram envolvidos nas sucessivas etapas do estudo: na elaboração da pesquisa, na execução do experimento e na interpretação dos resultados. “Esse tipo de abordagem facilita o intercâmbio de conhecimento entre cientistas e fazendeiros, com cada categoria se beneficiando da experiência e da visão do outro”, concluem.