A Balança Comercial brasileira registrou superávit de US$ 3.284 bilhões de dólares em agosto, segundo informação do Ministério da Economia. Foi o melhor saldo para o período desde 2017, num mês em que as importações caíram mais que as exportações. O resultado atendeu às expectativas de saldo positivo de US$ 3.2 bilhões, conforme pesquisa da Reuters com analistas.
Em agosto, as exportações registraram queda de 8,50% em relação a agosto de 2018, pela média diária, a US$ 18.853 bilhões de dólares. Já as importações tiveram queda maior, de 13,30% na mesma base de comparação, a US$ 15.569 bilhões. “Essa redução é influenciada por base de comparação alta”, disse o subsecretário de Inteligência Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Ele lembrou que em agosto de 2018, houve uma operação de exportação de plataforma de petróleo no valor de US$ 1.3 bilhão e uma operação de importação do mesmo tipo de US$ 2 bilhões. Desconsideradas essas transações, a queda nas exportações em agosto deste ano em relação a um ano antes teria sido de 2,70%, e nas importações, de 2,60%.
“Ainda uma redução na casa de 2%”, afirmou Brandão. Em relação às exportações, ele atribuiu o desempenho no vermelho à diminuição dos embarques de soja, commodity que apresenta preços menores este ano, além de volume exportado reduzido, diante da menor demanda mundial pelo grão em função de problema sanitário no rebanho suíno chinês.
O subsecretário também lembrou que as vendas de automóveis caíram, afetadas pela crise na Argentina. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a Balança Comercial foi superavitária em US$ 31.759 bilhões, com queda de 12,90% em relação a igual período do ano passado, também pelo critério da média diária.
Para o resultado consolidado do ano, a expectativa de analistas ouvidos pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus é de superávit de US$ 52.35 bilhões na Balança Comercial, abaixo do superávit de US$ 58.03 bilhões de 2018. A projeção do Ministério da Economia é de superávit de US$ 56.7 bilhões neste ano. A estimativa foi divulgada em julho e deverá ser revista no mês que vem.
Destaques
Em agosto, as exportações foram afetadas pelo desempenho dos produtos manufaturados, cujas vendas caíram 25,80% em relação a igual mês do ano passado. Segundo o Ministério da Economia, houve redução principalmente nas exportações de automóveis de passageiros (- 47,7%, a US$ 253 milhões), aviões (- 23,6%, a US$ 180 milhões) e motores para veículos e partes (- 23,7%, a US$ 166 milhões).
Em contrapartida, as exportações de semimanufaturados e de produtos básicos aumentaram 14,40% e 2,50%, respectivamente, em agosto em relação ao ano anterior.
Já nas importações, os resultados foram negativos de maneira geral, com queda em agosto nas compras de bens de capital (- 35%), combustíveis e lubrificantes (- 34%), bens de consumo (- 7%) e bens intermediários (- 2%). Em relação aos bens de capital, a baixa foi puxada por menores importações de plataformas de perfuração/exploração.
Reuters