As autoridades brasileiras já estão em alerta para evitar o ingresso no País do vírus da Peste Suína Africana (PSA). Para impedir contaminações da doença, erradicada dos rebanhos nacionais na década de 1980, o Departamento de Saúde Animal do Mapa ampliou, na semana passada, medidas de vigilância sanitária.
O diretor interino do departamento, Ronaldo Teixeira, alerta que “as ações de vigilância e o envolvimento por parte da sociedade brasileira (empresas, técnicos, produtores, passageiros e órgãos públicos) são fundamentais para manter a suinocultura do Brasil livre da doença que tem se alastrado em várias partes do mundo.
A velocidade de contagio da doença tem preocupados autoridades e criadores em todo o mundo. A PSA já atingiu o Leste da Europa, Ásia, África e Rússia. No Japão, em agosto, foi registrado foco, inclusive, da forma clássica da doença. No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença.
A peste suína africana é uma doença viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
As medidas
De acordo com o ministério, todos os setores ligados à defesa agropecuária, junto com os órgãos estaduais de sanidade agropecuária e instituições públicas e privadas que atuam na produção, industrialização e comércio de suínos, além dos suinocultores, irão tomar as seguintes medidas para evitar a PSA:
– Fiscalizar o descarte adequado de resíduos alimentares provenientes de aeronaves comerciais e navios procedentes de países infectados pela doença.
– Reforçar na inspeção de bagagens de passageiros com intuito de detectar alimentos e outros materiais com risco de transmitir o vírus.
– Aumentar a atenção ao cumprimento dos requisitos sanitários para importação de suínos vivos, material genético, produtos, subprodutos e insumos de países de risco.
– Intensificar a vigilância em criações de maior risco e em “lixões”.
– Dar maior agilidade no envio e processamento de materiais biológicos (amostras) para diagnóstico de casos suspeitos.
– Sensibilizar os produtores e fiscalização dos padrões de biosseguridade das granjas comerciais de suínos.
Alerta à população
O Mapa pede que a população colabore na prevenção da PSA, evitando o contato com suídeos (javalis) silvestres ou domésticos doentes ou encontrados mortos, antes de qualquer contato com suínos sadios. Deve notificar ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) qualquer caso de doença hemorrágica ou de mortalidade anormal de suídeos silvestres ou domésticos.
Os criadores de suínos, sejam comerciais ou não, devem reforçar as práticas e cuidados de biossegurança, e notificar o Serviço Veterinário Oficial sobre eventual ocorrência de mortalidade anormal em suínos com sinais clínicos compatíveis com PSA.
As pessoas que viajam para países onde existem registros da PSA, devem evitar visitar locais de criação de suínos. Se tiverem tido algum contato com esses animais, devem realizar a higienização imediata de calçados e vestimentas usadas, e, pelo período de sete a 15 dias evitar o contato com suínos domésticos.
Equipe SNA/RJ