Arroz gaúcho abre última semana de novembro voltando abaixo dos R$ 49,00

Os preços do arroz no mercado gaúcho, responsável por 73% da safra nacional, mantiveram a trajetória de leve queda, oscilando ao longo do mês no entorno dos R$ 49,00, segundo o indicador Esalq/Senar – RS, que cota a saca de 50 quilos (58×10) do cereal em casca a R$ 48,91. Pelo fechamento do câmbio do dia, em dólares a saca equivale a US$ 14,46, mantendo a competitividade do grão importado sobre o cereal brasileiro no Centro e no Nordeste do País. Ao longo de novembro, por conta da valorização do dólar (que fechou a R$ 3,384 nesta segunda-­feira) e a âncora em reais, o grão brasileiro está se mostrando mais competitivo. No mercado livre o arroz gaúcho é comercializado principalmente na faixa de R$ 48,50 a R$ 49,00.

O cenário é de indústrias grandes abastecidas para os próximos 60, 90 dias, esperando recolhidas o comportamento do dólar até o final do ano, e da oferta ao mercado. Dezembro, tradicionalmente, abre uma temporada de retração nas compras do varejo e isso permite aos industriais trabalharem melhor com seus estoques. Apesar do atraso da conclusão da semeadura sobre a época mais indicada, especialmente por causa do replantio na Depressão Central e outras zonas afetadas pelas enchentes de outubro, em 10 dias o plantio deve estar concluído no Rio Grande do Sul. Isso faz prever que as primeiras lavouras plantadas, nos primeiros dias de setembro, comecem a ser colhidas cedo, gerando movimentação nas plantas industriais.

Vale lembrar, porém, que especialmente na Campanha e na Fronteira Oeste, a falta de umidade e as baixas temperaturas atrasaram a emergência e alongaram o ciclo de parte das lavouras, gerando leve atraso que poderá repercutir em dificuldades nas operações de colheita, que serão acumuladas. O movimento é intenso nas várzeas, mas para a conclusão da semeadura do arroz e em pleno pico de plantio da soja em terras baixas. O Rio Grande do Sul deve semear um total de 1.092 milhão de hectares de arroz e pouco mais de 300.000 toneladas de soja.

Exportação

Segundo agentes de mercado, as importações deram uma leve esfriada no segundo semestre, embora muitas empresas estejam “compradas” no Mercosul. Além disso, o Brasil conseguiu uma exportação de aproximadamente 27.000 toneladas de arroz beneficiado para Cuba. Ainda assim, a elevação do dólar de R$ 3,12 para a faixa de R$ 3,40 favoreceu as vendas de quebrados para a África. Hoje o ponto ideal, com o dólar na faixa de R$ 3,40, para exportar arroz beneficiado seria se os preços internos estivessem na faixa de R$ 46,00. Para produto em casca, R$ 44,00.

Em geral, operadores de exportações trabalham com a expectativa destes preços a partir do início da colheita, estabelecendo novo patamar interno e externo de cotações.

No entanto, uma ressalva: a oscilação diária do dólar vai determinar que tipo de mercado teremos nos próximos três meses. O novo ano comercial ainda terá outros fatores, como o volume e o fluxo de oferta, a dimensão dos estoques internos e do Mercosul, e os preços internacionais interferindo na formação de preços. Apenas para citar alguns fatores fundamentais.

Mercado

A Corretora Mercado de Porto Alegre indica preços médios de R$ 48,50 para a saca de 50 quilos, com R$ 98,00 de referência para o arroz branco, em sacas de 60 quilos, sem ICMS. O canjicão continua cotado a R$ 52,00 enquanto a quirera ficou na casa dos R$ 53,00 praticamente todo o novembro, ambos em sacas de 60 quilos. A novidade nos últimos 10 dias é a retração nos preços do farelo de arroz, muito consumido pelas indústrias de rações de frangos e suínos. A queda da demanda – na medida em que caem as cotações do milho – gerou um enfraquecimento de R$ 650,00 para R$ 600,00 a tonelada. Colocado em Arroio do Meio (RS) o produto fica em R$ 640,00 a tonelada.

 

Fonte: Planeta Arroz

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