Com o bom desempenho das exportações de carne e a valorização dos bezerros, a arroba do boi gordo deve seguir em alta no segundo semestre deste ano. A expectativa é de que a oferta de animais para abate continue restrita e as vendas externas continuem crescendo nos próximos meses, provocando elevação dos preços da carne no mercado interno.
A análise está no boletim “Custos e Preços”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Os frigoríficos têm trabalhado com escalas reduzidas, já que a disponibilidade de animais prontos para abate é pequena frente à demanda aquecida, principalmente do mercado externo”, explica o estudo da CNA.
De janeiro a julho, os embarques de carne, industrializada e in natura, para o exterior somaram, em volume, 1,28 milhão de toneladas, 11% a mais do que no ano passado. Segundo o boletim, a tendência é de crescimento das exportações de carne. Um dos fatores que pode contribuir é a possibilidade de a Rússia aumentar as importações do Brasil, diante dos embargos econômicos impostos por União Europeia e Estados Unidos ao país, em razão da crise na Ucrânia.
De acordo com o estudo, o mercado interno já sente os efeitos do cenário externo. Em São Paulo, a arroba do boi em agosto teve alta de 4,2% em relação a julho, cotada a R$ 122,19. Na comparação com agosto de 2013, a elevação foi de 22%. Em Goiás, o preço da arroba, no mês passado, foi de R$ 113, 53, aumento de 2,3% frente a julho e de 24,6% em relação a agosto do ano passado.
Soja
O mercado de soja não teve grande movimentação nos negócios em agosto e os preços da oleaginosa sofrerem pequenas valorizações. Em Sorriso (MT) e Rio Verde (GO), as sacas tiveram altas de 2,9% e 1,6%, respectivamente. No mercado internacional, diz o estudo, as expectativas estão voltadas para as condições climáticas nos Estados Unidos, que têm sido favoráveis para o aumento da produção. No entanto, a demanda aquecida e os estoques apertados até a entrada da nova safra devem sustentar os preços.
Milho
De acordo com o boletim, a colheita do milho safrinha está na reta final e apresenta ótimo resultado. Entretanto, este fator deve dificultar a reação dos preços do cereal no mercado interno, diante do excedente do grão. Para melhorar o cenário, a CNA avalia a necessidade de exportar este excedente para a recuperação das cotações. No entanto, não há previsão de embarque de grandes volumes no curto prazo.
Acesse aqui o boletim na íntegra.
Fonte: Canal do Produtor