Argentina suspende exportações de farelo e óleo de soja podendo elevar as “retenciones” sobre ambos

A subsecretaria de Mercados Agropecuários da Argentina emitiu um comunicado informando aos exportadores que, “até um novo aviso”, as exportações de farelo e óleo de soja estão suspensas.

Segundo as informações de fontes e portais locais, a medida antecede um aumento das chamadas “retenciones”, os impostos recolhidos pelo governo federal sobre as exportações de grãos e derivados, que hoje é de 31% sobre ambos os produtos. A expectativa é de que a nova taxação seja de 33%, hoje cobrada sobre o grão de soja.

“A suspensão se dará até a aprovação do governo da elevação das tarifas de exportação destes dois produtos que até então era de 31%. O governo deve elevar a tarifa para 33%, alíquota hoje cobrada sobre o grão da soja”, indicou a equipe da Agrinvest Comodities.

Segundo uma matéria do jornal argentino Clarín, não só as “retenciones” sobre os derivados de soja poderiam aumentar, como também sobre o grão, a qual teria espaço para chegar a 35%, justificada pelos desdobramentos do conflito Rússia x Ucrânia e os impactos causados sobre os mercados agrícolas.

Cenário

A Argentina processa cerca de 35 milhões de toneladas de soja de algo entre 40 e 45 milhões do que produz, e é consolidada a maior exportadora global de farelo e óleo de soja.

“O país exportou mais de 40% do farelo global de soja e quase 50% do óleo de soja em 2021, com as vendas destes dois produtos totalizando quase US$ 13 bilhões. Com a medida, o governo espera arrecadar mais US$ 410 milhões, em um momento conturbado que vive o FMI na negociação de sua dívida com o fundo”, indicou a Agrinvest.

Na semana passada, o ministro da Agricultura da Argentina, Julián Dominguez, negou quaisquer ajustes nas “retenciones”. As reações do setor foram rápidas e mostraram, mais uma vez, descontentamento com o governo argentino.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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