Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a Argentina espera aumento de 400.000 hectares, ou 7,48%, em relação a área de milho semeada no ciclo 2018/19, chegando a 5.8 milhões de hectares, a maior área de milho dos anos 2000. “O aumento de área do milho e trigo na Argentina está muito ligado ao fim da taxação sobre as exportações dos cereais, realizadas ao final de 2015”, disse o analista da INTL FCStone, João Macedo.
Nesta safra 2018/19 os cereais devem seguir aumentando área apesar do contexto atraente para o cultivo de soja. Além da quebra da safra da oleaginosa na Argentina, também há atualmente possibilidade de expansão de negócios com a China, devido à atual guerra comercial entre a China e os EUA, países que são o maior importador e o segundo maior produtor de soja, respectivamente. Entretanto, a valorização dos preços do milho e a ausência de taxas de exportação devem manter a cultura do cereal atraente para os produtores argentinos, enquanto que a atual taxa de 26% sobre as exportações de soja acabou limitando uma forte recuperação da área da oleaginosa.
Entretanto, ainda é cedo para afirmar que a Argentina terá uma grande safra. “Atualmente, o prognóstico climático não é favorável. Os trabalhos do plantio do milho ‘temprano’, que é semeado mais cedo, estão sendo dificultados pela falta de umidade em grande parte do território, especialmente na região norte e em Córdoba”, indicou a INTL FCStone, em relatório.
Segundo Macedo, não há grandes preocupações, porém, as previsões para as próximas duas semanas ainda apontam para chuvas abaixo da média, o que pode manter limitada a capacidade de implementação da safra. “O plantio de milho ‘temprano’ é mais intenso em outubro, enquanto que a semeadura dos lotes tardios se intensifica em dezembro, logo, ainda é muito incerto dizer se a atual seca limitará a capacidade de plantio da Argentina”, disse.
A maior área coloca um potencial para a normalização das condições de oferta e de preços do milho na América Latina em 2019. Caso o aumento da produção seja confirmado, a Argentina deve recuperar em 2018/19 parte das exportações que atualmente estão sendo perdidas para os EUA.
Fonte: INTL FCStone