O preço do milho caiu pela quinta vez consecutiva no mercado disponível na maior parte das praças brasileiras. “Pressão da colheita, que se intensifica em todas as regiões, e ‘barriga’ sazonal dos preços na colheita explicam a queda dos preços”, disse o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
Além disso, ressalta o especialista, é grande a possibilidade de maior oferta de milho safrinha, que já está todo plantado com área maior e redução nas exportações. “Isso poderá aumentar os estoques finais, piorando os preços no segundo semestre. Por isso, recomendamos que se aproveitem os preços atuais”.
Um novo relatório mensal do USDA reafirma um cenário global dominado por volumes de mercadorias soltas. “Da América do Sul, as melhores perspectivas produtivas são mantidas na Argentina e no Brasil. Nos EUA, a fraqueza da demanda é sentida no ritmo de vendas externas, bem como no consumo doméstico, e leva a estimativas mais altas de estoque, com as quais a temporada de 2018/19 terminará”, afirmou Pacheco.
Por outro lado, disse ele, a nova safra norte-americana ganha atenção, “pois os tempos de plantio já foram superados e o clima impõe desafios. As inundações causam especulação em torno da área que eventualmente será plantada. Em termos de preços, os mercados não conseguem encontrar sustento para promover uma recuperação sustentada”.
No mercado local, segundo o analista da T&F, a pressão da colheita é sentida, apesar do programa de exportação ativo. “Safras maiores no Brasil e na Argentina e estoques internacionais folgados projetam preços menores no segundo semestre. O Brasil e a Argentina pretendem alcançar um ciclo produtivo de sucesso. Na Argentina, a realização de um volume recorde é certo e os preços sentem a pressão”.
“O cenário produtivo no Brasil é promissor. A primeira safra avança e a segunda será garantida. As estimativas do USDA melhoraram no último relatório mensal, indicando que o volume poderia fechar em torno de 96 milhões de toneladas”, afirmou Pacheco.
“Deve-se levar em conta que cerca de 70% desse total corresponde à produção de segunda safra. Embora no momento as previsões do tempo sejam favoráveis e não se esperem mais complicações, ainda há meses importantes em que as previsões serão seguidas de perto”, disse.
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