Representantes da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) acusam a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) de fazer exigências que extrapolam o Código Florestal e de difamar a imagem do agricultor brasileiro no exterior “por interesses políticos”.
A racha entre as duas entidades ficou evidente na semana passada, após a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, da qual a Abag faz parte, enviar um conjunto de sugestões para diminuir o desmatamento na Amazônia Legal. À época, o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, chamou o movimento de “politicagem”.
A situação se tornou insustentável, segundo Braz. Por isso, em assembleia, presidentes das 16 Aprosojas do país decidiram, por unanimidade, romper o vínculo com a Abag.
“É uma decisão ruim, difícil. Tentamos de todas as formas mostrar como se faz a produção dentro da porteira, mas eles têm pouco acesso”, disse o presidente da Aprosoja Brasil.
“Outro ponto é a forma como conduziam as matérias, trabalhando com a coalização, com ONGS e banqueiros que têm outros interesses dentro do Brasil. Estão usando ferramentas de repressão contra os produtores, exigindo mais do que as leis brasileiras estipulam”.
Interesses
Em entrevista exclusiva ao Canal Rural, Braz afirmou que, após a Aprosoja levantar a questão em reuniões de diretoria da Abag, a situação chegou a piorar. “Eles usam o agro para se vender como bonitos para o exterior, dizendo: ‘Olha, regulamos os produtores da forma como vocês querem’”.
O presidente da Aprosoja Brasil afirma que, por interesses políticos, a Abag também vem tentando prejudicar o governo Bolsonaro, “que está tentando buscar soluções para o agro e resolver problemas fundiários e do Cadastro Ambiental Rural”.
Segundo Braz, a Aprosoja está trabalhando para reunir outras associações que representam “verdadeiramente” o produtor rural. “É para mostrar o que o Brasil tem de melhor, e não essa pequena minoria que mostram quando há queimada”.
Para o executivo, o sojicultor não deve ter uma grande surpresa, já que “sentia que a Abag estava usando o produtor, junto a esses grupos, para denegrir a imagem do agro”. Braz também solicitou seu desligamento da Abag, pois fazia parte do conselho diretor da associação.
Fonte: Canal Rural
Equipe SNA