O Brasil deverá colher 120 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020. Segundo informações da Aprosoja Brasil na edição deste mês do boletim Estimativa de Safra, a estimativa é inferior àquela feita em março, quando a entidade estimou a safra em 120.6 milhões de toneladas. Os dados foram obtidos junto a técnicos e sojicultores dos 16 estados produtores.
A área plantada com a oleaginosa foi de 37.2 milhões de hectares. Mato Grosso segue na liderança da produção nacional, com 34.014 milhões de toneladas, seguido do Paraná (20.721 milhões de toneladas) e do Rio Grande do Sul, que sofreu com a forte estiagem em algumas regiões e teve sua estimativa de produção reduzida para 10.456 milhões de toneladas.
Os números, porém, são suficientes para manter o Brasil na liderança no ranking mundial da produção, com 36% da soja produzida no planeta.
Na segunda colocação se posicionam os Estados Unidos, que devem colher 97 milhões de toneladas, respondendo por 29% da soja mundial, seguido da Argentina, que produz 49.5 milhões de toneladas (estimativa da Bolsa de Cereais de Buenos aires). Juntos, esses três países respondem por 80% da produção mundial da oleaginosa.
O Brasil lidera também nas exportações, com 77 milhões de toneladas comercializadas (52% do total exportado), seguido pelos Estados Unidos, que exportou 48 milhões de toneladas (33% do total exportado) e pela Argentina, que vendeu 13 milhões de toneladas (6% do comércio internacional). Os três países respondem por 90% das exportações mundiais.
Exportações para a China em alta
O Brasil registrou um novo recorde de exportação em março: 13.3 milhões de toneladas, contra 12.3 milhões de toneladas em março de 2019. O País já comercializou 60% da safra 2019/2020 e 10% da safra 20/21 e já exportou 35 milhões de toneladas neste ano.
A China segue comprando soja brasileira devido ao elevado teor de óleo e proteína do produto nacional. O Brasil exportou para a China 60 milhões de toneladas em 2019 (contra 66 milhões de toneladas em 2018) e deve exportar entre 60 e 66 milhões de toneladas em 2020.
A Covid-19 deve causar recessão mundial, com estimativa de queda no PIB global de até 2%. O menor crescimento desse PIB afeta mercados, câmbio e o crescimento do consumo nos países ricos.
A China importou 82 milhões de toneladas de soja em 2019 e deve importar 85 milhões de toneladas em 2020. Tudo indica que os problemas internos serão resolvidos e o país tornará a importar 90 milhões de toneladas.
Com a superação da epidemia e da Peste Suína Africana, que reduziu os rebanhos suínos chineses, o país segue importando soja e carnes no mercado internacional e deve retomar a produção interna de proteína animal, elevando o consumo de soja.
A primeira fase do acordo comercial traz estabilidade ao mercado, mas não garante as compras de soja dos Estados Unidos por parte da China, que irá importar de acordo com o preço e a disponibilidade. Há perspectiva de compras a partir do segundo semestre com a entrada da safra norte-americana no mercado.
Participação brasileira nas exportações de soja
Produzido também a partir de dados coletados junto à Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio (Secex), o boletim informa ainda que 50% da soja brasileira é destinada para exportação e 25% do farelo de soja exportado no mundo foi produzido no Brasil.
A soja e o farelo produzidos no país são consumidos por 65 países. Além disso, o complexo soja responde por 25% dos produtos exportados pelo agronegócio.
Aprosoja Brasil