Após sete meses de queda, Índice de Preço de Alimentos sobe 1,10% em março

Contudo, em comparação com o mesmo mês de 2023, o índice recuou 9,9 pontos (7,70%) – Imagem de freepik

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 1,3 ponto em março, cerca de 1,10% em relação as do mês anterior. A média ficou em 118,3 pontos no terceiro mês do ano, registrando a primeira alta após sete meses de quedas. O avanço foi atribuído aos aumentos nos índices de óleos vegetais, produtos lácteos e carne, que compensaram ligeiramente as quedas do açúcar e dos cereais. Contudo, em comparação com o mesmo mês de 2023, o índice recuou 9,9 pontos (7,70%).

O índice de preços dos Cereais registrou uma média de 110,8 pontos em março, 3 pontos (2,60%) a menos em relação a fevereiro e 27,7 pontos (20%) abaixo do de 2023. Segundo a FAO, os preços de exportação de trigo recuaram pelo terceiro mês seguido, com a forte concorrência entre União Europeia, Rússia e Estados Unidos. Os cancelamentos de compras da China e a perspectiva de colheitas abundantes na Rússia e nos EUA também pesaram.

Já os preços do milho subiram com o crescente interesse de compra, especialmente da China, mas foram contrabalançados pela pressão da colheita na Argentina e no Brasil. No mês, os preços da cevada caíram e os de sorgo subiram, enquanto o índice do arroz caiu 1,70%.

O levantamento da FAO também mostrou que o índice dos Óleos Vegetais teve uma média de 130,6 pontos em março, alta de 9,7 pontos (8%) em relação ao mês anterior, e maior valor em um ano. Segundo a FAO, os preços do óleo de palma subiram com a menor produção, combinada com uma demanda firme no Sudeste Asiático.

Enquanto isso, os preços do óleo de soja se recuperaram, apoiados pela demanda contínua e robusta do setor de biocombustíveis, particularmente nos EUA e no Brasil. Da mesma forma, os preços do óleo de girassol e de colza se recuperaram no mês, com uma crescente demanda global. Além disso, os preços mais altos do petróleo contribuíram para o aumento das cotações.

O índice de preços da Carne da FAO teve uma média de 113 pontos em março, alta de 1,9 ponto (1,70%) em relação a fevereiro, registrando a segunda alta mensal seguida. A média ficou 1,7 ponto (1,50%) abaixo de 2023. Os preços da carne de aves aumentaram no mês, com a contínua demanda de importação, apesar da oferta abundante devido à redução dos surtos de influenza aviária nos principais produtores.

Quanto à carne suína, os preços subiram com a maior demanda antes da Páscoa e apesar do aumento da oferta da Europa. Já os preços da carne bovina registraram alta com o aumento das compras dos principais importadores. Em contraste, os preços da carne ovina caíram pelo segundo mês consecutivo.

O relatório mostrou, ainda, que o índice de preços dos Lácteos registrou uma média de 124,2 pontos no terceiro mês de 2024, alta de 3,5 pontos (2,90%) em relação a fevereiro, mas 11,1 pontos (8,20%) abaixo do valor de um ano antes. Segundo a FAO, os preços do queijo aumentaram com a constante demanda da Ásia, as maiores vendas internas na Europa e a queda sazonal na produção na Oceania.

Apesar da demanda asiática mais fraca, os preços da manteiga subiram ainda mais em março, com a demanda sazonal sólida e estoques europeus mais apertados. Em contraste, após cinco meses de aumentos, os preços do leite em pó integral caíram, com o recuo na demanda global. Os preços do leite em pó desnatado também cederam.

Segundo a FAO, o índice de preços do Açúcar teve média de 133,1 pontos em março, recuo de 7,6 pontos (5,40%) em relação a fevereiro, mas ainda 6,1 pontos (4,80%) acima de março de 2023. No mês, os preços globais foram pressionados pelas revisões para cima da produção de açúcar na Índia em 2023/24 e pelo ritmo melhorado na colheita da Tailândia em fim de temporada.

As grandes exportações do Brasil também pressionaram, informou a FAO. “No entanto, as preocupações persistentes com a safra no Brasil, afetada negativamente por condições prolongadas de tempo seco, continuaram a exacerbar as tendências sazonais e limitaram a queda nos preços”, acrescentou. Da mesma forma, os preços mais altos do petróleo contribuíram para conter a queda.

Fonte: FAO
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