Após resultado recorde em 2021, Caramuru prevê avanço também em 2022

Uma das maiores processadoras de grãos do País controlada por capital nacional, a Caramuru Alimentos aproveitou bem a demanda aquecida e as altas dos preços de soja, milho e seus derivados para encerrar 2021 com avanço expressivo em seus principais resultados.

Segundo balanço divulgado ontem, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 353.9 milhões no ano passado, 59,50% maior que o de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado aumentou 40,50%, para R$ 577 milhões, e a receita líquida subiu 25,10% e registrou a marca recorde de R$ 7.6 bilhões.

A companhia, que comemorou 58 anos no fim de semana, realçou, ainda, que fechou o exercício com um dos menores índices de endividamento da última década. Com a desalavancagem, a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado caiu de 3,1 vezes, no fim de 2020, para 2,3 vezes ao término do exercício 2021.

“Apesar da pandemia, os resultados foram excelentes e refletiram as escolhas estratégicas que fizemos nos últimos tempos, incluindo investimentos em logística e estrutura de armazenagem, aportes em biodiesel e a promoção da nossa marca [de óleos vegetais] Sinhá”, disse Júlio César da Costa, CEO da Caramuru.

Perfil

Com cinco unidades industriais no País, três em Goiás, uma no Paraná e outra em Mato Grosso, a Caramuru se concentra em soja e seus derivados (farelo e óleo) e produz biodiesel a partir da oleaginosa em três desses complexos. Ela originou quase 2 milhões de toneladas do grão no País em 2021, cerca de 30% convencional (não-transgênico).

Costa indicou que a empresa exporta apenas uma pequena quantidade de soja em grão. O farelo não-transgênico processado é 100% exportado, grande parte para a Europa, e o óleo é majoritariamente vendido no mercado doméstico.

Boas perspectivas

No processamento, disse o executivo, as margens foram preservadas pela valorização de farelo e óleo. A expectativa é que esse cenário prevaleça em 2022, quando a Caramuru espera mais uma vez registrar bons resultados, sobretudo diante da colheita no Centro-Oeste, que não foi afetada pela seca como o Sul.

Com a desalavancagem, também alcançada a partir da captação de R$ 200 milhões com um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) emitido no início do ano, mais R$ 354.6 milhões em um CRA “verde” de outubro e uma securitização de recebíveis de US$ 40 milhões para investidores internacionais concluída em dezembro, a Caramuru também tem ampliado investimentos.

Em 2021, destacou o CEO, foi iniciado um plano de R$ 250 milhões para ampliar a produção de farelo de alta qualidade na unidade de Itumbiara (GO), que será concluído em 2023. Uma nova planta de licitina produzida a partir do melaço de soja entrou em operação no complexo de Sorriso (MT) em julho, e está em fase final o projeto para a produção de etanol de melaço de soja também no polo mato-grossense.

Nesse contexto de crescimento com alavancagem mais baixa, a Caramuru continua a esperar um período mais tranquilo para fazer seu IPO na B3, um passo considerado importante que foi adiado pelas condições adversas do mercado.

 

Fonte: Valor

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