Após impacto da guerra comercial, soja sobe no Brasil

Pesquisa diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostrou que os preços médios da soja no mercado físico brasileiro fecharam a segunda-feira (14/10) nos portos do Brasil, sobre rodas para exportação, em alta de 1,06%, para a média de R$ 88,98/saca, contra R$ 88,05/saca, do dia útil anterior. Com isso, o acumulado do mês saltou para positivos 2,56% contra positivos 1,49% do dia anterior.

“A forte alta de 0,81% na cotação do dólar, mais a alta em Chicago permitiram que os preços que os compradores ofereceram sobre rodas nos portos do sul do Brasil ou seus equivalentes em outros estados registrassem alta significativa”, indicou o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

No interior, a alta foi menor, de 0,07%, para R$ 83,10/saca, contra R$ 83,04/saca do dia anterior, com o acumulado do mês também aumentando para 2,76%. Os preços do mercado físico do Rio Grande do Sul caíram R$ 0,50 para R$ 89,50 para outubro e R$ 90,00 para novembro no porto; safra nova R$ 89,00 para junho, contra R$ 87,80 do dia útil anterior. No mercado interno, Passo Fundo R$ 85,50 (pagos pelas indústrias) e Ijuí R$ 85,00 (pagos pela exportação).

No Paraná, o preço subiu mais R$ 1,00/saca em Ponta Grossa para R$ 79,00, contra R$ 78,00 balcão, no dia útil anterior; R$ 2,00/saca no atacado para R$ 83,00, contra R$ 81,00 anterior para novembro, e permaneceu inalterado em R$ 84,00 para maio, e mais R$ 1,50 no porto para R$ 90,50, contra R$ 89,00 para dezembro.

“Já tínhamos dado a dica na última sexta-feira de que os chineses estavam fechando acordo com os EUA e (comprando) soja na América do Sul. Agora, voltaram a fazer novas exigências”, disse Pacheco.

“Com os feriados nos EUA e na Argentina não recebemos os relatórios sobre a atividade da China, mas, pelo comportamento do mercado no Brasil, nesta segunda-feira, pode-se deduzir que as tradings continuam se cobrindo no mercado físico de vendas feitas no final da semana passada”.

Exportação lenta de grãos afeta demanda logística nos EUA

Os transportadores de grãos, em sua maioria, estão experimentando um melhor desempenho do frete ferroviário e tarifas mais baixas, devido, em grande parte, à demanda reduzida no sistema ferroviário.

Enquanto isso, as tarifas de frete marítimo subiram, apesar da redução das exportações de grãos nos Estados Unidos. E o volume de caminhões, embora não seja principalmente para grãos, variou muito conforme o setor, devido ao excesso de capacidade adicionada em 2018.

“Segundo dados de desempenho do Surface Transportation Board (STB), o serviço ferroviário melhorou em comparação com o início do ano e os anos anteriores”, informou o USDA em seu relatório de transporte de grãos. “As ferrovias movimentaram menos grãos em relação ao ano passado, e as taxas no mercado de leilões secundários, por correspondência, foram baixas”.

Ainda de acordo com o USDA, os embarques ferroviários atingiram o pico em meados de maio e permaneceram abaixo da média em junho, julho e agosto, com queda de 5% em relação aos mesmos meses do ano passado.

No acumulado do ano, as entregas de grãos ferroviários aos portos para exportação totalizaram 277.492 carregamentos até 18 de setembro, com queda de 11% em relação ao mesmo período do ano passado, embora as entregas para portos específicos tenham apresentado resultados mistos.

As entregas de grãos ao noroeste do Pacífico com 187.540 cargas caíram 23% em relação ao ano anterior, refletindo a redução das exportações de grãos (principalmente soja) para a China, com remessas para os portos do Atlântico e da Costa Leste com 13.417 cargas (9% abaixo), para o Golfo do Texas em 41.949 cargas, com aumento de 10%, e no Golfo do Mississippi, com 34.586 cargas e aumento de 116%.

 

Agrolink

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