Após atingir preços rasteiros, a expectativa é que valor da arroba bovina aumente

Durante o episódio da Vaca Louca em fevereiro deste ano, no Pará, o Brasil tomou a inciativa de se autodeclarar impedido de exportar carne bovina até que fosse feito um levantamento sobre o problema e fossem apresentadas informações referentes à causa daquele ocorrido.

O diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Chequer Jabour Chequer, afirmou que isso foi bem aceito pelo mercado. “Demonstrou a responsabilidade do Brasil, mas, de qualquer forma, houve um embargo pela China, responsável por, praticamente, 60% das nossas exportações. Em março, ela voltou a importar e o mercado se recompôs. Acredito que a tendência neste momento, depois de amargarmos o baixíssimo valor de R$ 220 por arroba do bezerro para recria, é que seu preço logo atinja, pelo menos, R$ 280 a R$ 300”.

Chequer falou ainda sobre um incremento na oferta. “Tivemos uma demanda bastante firme, mesmo porque ela foi calçada pelo efeito da baixa do preço da carne para o consumidor, aliado ao maior número de abate; e com isso, a expectativa é que o mercado volte a ficar equilibrado”.

Crescimento do abate bovino

No 2º trimestre deste ano, 8,25 milhões de cabeças de bovinos com inspeção sanitária foram abatidas, representando um aumento de 11%, em relação aos abates no mesmo período de 2022, como mostram os resultados preliminares da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados, na última semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação ao 1º trimestre de 2023, houve um aumento de 12,3%.

Este volume culminou em uma produção de 2,14 milhões de toneladas de carcaças bovinas, no 2º trimestre de 2023, estampando uma elevação de 9,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Comparando com o 1º trimestre de 2023, teve um aumento de 12,6%.

Aumento da demanda interna

O diretor da SNA, explicou que o sensível aumento no abate de bovinos deve-se ao crescimento da demanda interna, representando a elevação de 3%, no geral, de consumo per capita de carne bovina no Brasil.

“Outro fator observado foi que o abate de matrizes de vacas leiteiras aumentou em cerca de 24%, devido à fase difícil de preços baixos do leite, resultando em bastante descarte. Depois houve um movimento de recuperação e agora volta também a sofrer uma queda por conta das importações de leite em pó”.

Novos mercados

De acordo com dados recentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o Brasil comemora a abertura de 31 novos mercados de diferentes produtos agropecuários, somente neste ano.

“O setor agro brasileiro conquistou uma importante posição em relação às exportações, abrangendo diversos produtos, inclusive a carne bovina, tendo o México como um novo e forte importador desta proteína, o que vai refletir no nosso percentual anual”, completou Chequer Jabour.

Indonésia

Outro mercado para carne bovina que está se abrindo para o Brasil é o da Indonésia. Durante a Cúpula da Amazônia, realizada neste mês, os protocolos entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e as autoridades sanitárias da Indonésia, foram oficializados.

A partir de então, os produtores brasileiros poderão exportar gado, com o objetivo de promover o melhoramento genético do rebanho da Indonésia, e ainda subprodutos para alimentação animal.

Por Equipe SNA
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