Nesse período de escassez de floração que vai até março, quando se inicia a florada rasteira, para manter as abelhas bem nutridas e evitar o abandono das colmeias os apicultores devem tomar medidas e cuidados no manejo e alimentação de suas colmeias. Segundo dados da Federação Tocantinense de Apicultura (Fetoapi), o Tocantins produziu em 2013 mais de 210 toneladas de mel. São cerca de 1.300 apicultores, 52 associações, duas cooperativas e uma Federação.
De acordo com a médica veterinária da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), Érika Jardim, o período varia de acordo com a região e o objetivo da criação, pois é a quantidade de cria, o estado geral da colônia, a quantidade e qualidade de néctar e pólen coletados pelas abelhas que determinam a necessidade de fornecimento da alimentação suplementar.
“O fornecimento de alimento nos períodos críticos reduz o abandono das colônias no apiário e pode aumentar a produção em até quatro vezes”, diz Érika.
Ela lembra que na entressafra, as floradas estão escassas sendo necessário fornecer alimentos o que evita o enfraquecimento das mesmas e garante a manutenção das colônias.
“Os alimentos energéticos mais utilizados são o açúcar seco, mistura de mel com açúcar ou xarope de mel, mas a decisão vai depender dos recursos disponíveis em cada região e época do ano”, orienta.
Segunda a veterinária, os produtores do estado estão bem qualificados para a tarefa e sabem que para ter lucro com a atividade é preciso estar atento às mudanças no manejo das colônias, que é diferenciado nas diversas épocas do ano.
Orientação e experiências compartilhadas
A veterinária conta que há 10 anos foi criada a Câmara Setorial da Apicultura do Tocantins (CSA), e que a instituição vem exercendo papel fundamental no crescimento e expansão da apicultura no Estado.
“A estrutura da cadeia produtiva da Apicultura está bastante organizada graças à articulação das instituições que compõem o fórum, apoiando a atividade no Estado”, informa.
O apicultor e também presidente da CSA, Antonildo Alexandre de Medeiros conta que depois da criação da instituição a apicultura no Estado se desenvolveu muito. Que atualmente cerca de 80% dos produtores pratica o manejo correto e cuidados necessários para ter abelhas fortes e aumento na produção de mel, graças aos cursos e treinamentos que receberam.
“Há cinco anos a produção por colmeia era de 10 quilos, hoje chega a 45 quilos. Antes apenas 10% dos produtores faziam o manejo correto, esse número cresceu para cerca de 80%”, disse. O resultado é que já temos apicultores que vivem da renda da apicultura, concluiu Medeiros.
A Câmara é um fórum interinstitucional criado para discutir o desenvolvimento da atividade de forma organizada e participativa e tem atuação conjunta na área da apicultura e da meliponicultura.
Fazem parte da Câmara: Secretaria da Agricultura, Pecuária, e Desenvolvimento Agrário (Seagro), Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA/TO), Universidade Federal do Tocantins (UFT), Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Instituição Estadual de Pesquisa Agropecuária (UNITINS/AGRO), Federação Tocantinense de Apicultura (Fetoapi), Serviço Nacional do Cooperativismo (Sescoop/TO), Serviço Brasileiro de Apoio ao Micro e Pequeno Empresário (Sebrae).
Fonte: Seagro de Tocantins