O apetite chinês por soja está salvando os países produtores. Estados Unidos, Brasil e Argentina vão produzir 280 milhões de toneladas. Somado o volume de outros países, a produção mundial deverá atingir 345 milhões de toneladas.
No mês passado, os chineses importaram o maior volume mensal de soja da história: 9.6 milhões de toneladas, superando o recorde de até então, que era de 9.5 milhões de toneladas, registrado em julho de 2015.
Com uma política diferente das dos Estados Unidos e da Argentina, que priorizam o esmagamento, o Brasil lidera as exportações de soja para os chineses.
Nos cinco primeiros meses, a China importou o recorde de 37.1 milhões de toneladas, 20% mais do que em igual período de 2016.
Nesse mesmo período, o Brasil exportou 28.3 milhões de toneladas da oleaginosa para o país asiático. Ou seja, 76% do produto comprado pelos chineses saiu dos portos brasileiros.
Neste período do ano, o principal olhar dos chineses é para o Brasil. Os EUA terminaram a safra no fim do ano passado, enquanto a Argentina colhe a soja mais tarde do que o Brasil.
Preços
Os chineses impedem uma queda maior dos preços da soja. Não fosse o volume de compra deles, a commodity seguramente estaria sendo negociada a preços menores no mercado futuro da Bolsa de Chicago.
Cotado a US$ 11,70/bushel (27,2 quilos) há um ano, o vencimento julho/17 da soja está sendo negociado na faixa de US$ 9,30 no mercado futuro este mês.
As exportações totais de soja do Brasil somaram 34.8 milhões de toneladas de janeiro a maio últimos, 13% mais do que em 2016.
No mesmo período, as receitas provenientes da soja em grão totalizaram US$ 13.3 bilhões. Pelo menos 86% desse valor veio da China.
Os números de importação divulgados pelos chineses diferem dos do Brasil, devido ao tempo entre a saída do produto dos portos brasileiros e a chegada aos da China.
As carnes foram o segundo principal item da balança de exportação do Brasil para a China. Nos cinco primeiros meses deste ano, somaram US$ 690 milhões, valor próximo dos US$ 702 milhões de igual período de 2016.
Já as exportações brasileiras de açúcar para o país asiático passam por um período de queda. Após terem atingido US$ 302 milhões nos cinco primeiros meses de 2015, recuaram para US$ 217 milhões, em 2016, e para US$ 95 milhões neste ano.
Milho
O ritmo das exportações recua neste mês em relação ao anterior. A média diária das vendas externas deste mês aponta um volume total de 223.000 toneladas, 28% menos do que no anterior, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Por Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S.Paulo