Ao suspender o uso do glifosato, Justiça antecipa decisão que deveria ser da Anvisa

Processo de reavaliação toxicológica do produto corre desde 2008 e apesar da aprovação do glifosato por agências reguladoras nos EUA, Austrália e UE, Brasil ainda não fez o dever de casa e agora. Decisão já está sendo questionada pela AGU, mas se não for derrubada rapidamente, pode comprometer próxima safra de grãos.

Edivandro Ceron, consultor em assuntos regulatórios, conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (7/8) para destacar a proibição do glifosato pelo Ministério Público Federal (MPF), que pegou o setor de surpresa na última sexta-feira (3/8).

Este é um assunto que já vem sendo discutido há alguns anos. A Anvisa possui um processo de reavaliação de alguns produtos desde 2008, dos quais alguns já foram revisados ao longo dos anos.

Contudo, Ceron salienta que o glifosato é usado no mundo inteiro há mais de 40 anos com segurança, sendo registrado em mais de 100 países. Ele acredita que a decisão do MPF seja uma forma, então, de pressionar a Anvisa para tomar uma decisão definitiva sobre o produto, que é considerado seguro em outros países do mundo.

Caso o glifosato não seja liberado, o impacto pode ser grande para a próxima safra. A Anvisa, portanto, deve focar na reavaliação desse produto e publicar uma decisão final.

A decisão, entretanto, ainda não foi publicada. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) teria que suspender o registro. Enquanto isso, a utilização está autorizada. A Advocacia Geral da União (AGU) já trabalha para recorrer da decisão do MPF.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp