As exportações de soja do Brasil neste ano devem atingir cerca de 82 milhões de toneladas, estimou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), apontando para um volume próximo do recorde registrado em 2018, quando o País foi fortemente beneficiado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.
O volume estimado para o Brasil, maior produtor e exportador global de soja, representa um crescimento de 13% em relação a 2019, mas ainda ficaria abaixo das 82.9 milhões de toneladas de 2018, segundo dados da Anec.
Neste ano, ajudado por um câmbio favorável e por uma safra recorde, além da forte demanda chinesa em meio a preocupações logísticas com o impacto da Covid-19, as exportações foram mais concentradas, com o Brasil já despachando a maior parte da soja disponível para vendas externas.
Nos nove primeiros meses do ano, considerando a estimativa da Anec para setembro, as exportações deverão totalizar 79.6 milhões de toneladas. Para este mês, a associação prevê embarques de 4.19 milhões de toneladas, com base em informações da programação de navios.
Os embarques cairiam na comparação com as 5.6 milhões de toneladas contabilizadas pela Anec em agosto, após o Brasil exportar um volume recorde nos primeiros sete meses do ano.
Como resultado das exportações e de uma forte demanda interna para a produção de ração e biodiesel, os preços da soja estão beirando patamares máximos no Brasil, já considerando valores deflacionados, algo visto também em outras commodities agrícolas.
Milho
Já os embarques de milho do Brasil, segundo exportador global, foram estimados em 4.78 milhões de toneladas em setembro, contra as 6.76 milhões de toneladas em agosto, segundo dados da Anec.
Para o acumulado do ano até setembro, o total estimado das exportações de milho, considerando a programação de navios, é de 19.1 milhões de toneladas. A associação prevê ainda embarques de milho em 2020 entre 31 milhões e 33 milhões de toneladas.
O volume exportado pelo País ficaria, assim, abaixo das cerca de 41 milhões de toneladas registradas em 2019, uma máxima histórica, quando o País foi beneficiado por uma quebra de safra nos EUA e houve mais oferta para vendas externas no primeiro semestre.
Reuters