Analisando-se, graficamente, a evolução das exportações brasileiras e norte-americanas de carne de frango dos dois anos decorridos entre novembro de 2013 e outubro de 2015 ficam mais claras as influências do surto de Influenza Aviária (IA) dos EUA nas vendas externas dos dois países. Mas a expansão brasileira começou um pouco antes dos registros dos primeiros casos de IA nos EUA (dezembro de 2014).
No gráfico abaixo estão indicados, além dos volumes mensais exportados por Brasil e EUA, os adicionais médios brasileiros a cada um dos quatro semestres analisados. Assim, entre novembro de 2013 e abril de 2014, o Brasil exportou volume 5,3% maior que o dos EUA.
Nos seis meses seguintes (maio a outubro de 2014) esse adicional subiu para 7,5%. Porém, ainda dentro desse período (ou seja, em setembro), a diferença começou a se tornar bem mais significativa. Foi quando a Rússia reduziu a “zero” as importações de carne de frango dos EUA.
Isso, entretanto, não se refletiu nos volumes exportados pelo Brasil. Tanto que, em boa parte dos seis meses decorridos entre novembro de 2014 e abril deste ano, as exportações brasileiras permaneceram em queda, praticamente acompanhando a redução enfrentada pelos EUA. Ainda assim, nesse período, a diferença a favor do Brasil subiu para 14,3%.
O “efeito IA”, na verdade, só se manifestou de forma efetiva a favor do Brasil no último dos quatro semestres analisados ou, mais efetivamente, a partir de junho passado. É quando os embarques dos dois países passam a seguir caminhos opostos – os dos EUA, recuando; os do Brasil, aumentando. É quando o adicional brasileiro sobe para 41%.
Poderia ter sido mais. Mas, no bimestre setembro/outubro as exportações brasileira sofreram restrições, por conta de problemas de ordem interna. Daí a sensível queda registrada no final do período.
Notar que, nas presentes comparações, os volumes exportados pelo Brasil referem-se, exclusivamente, à carne de frango in natura. É que os embarques de industrializados e de carne de frango salgada têm se mantido relativamente estáveis e, aparentemente, não vêm sendo influenciados pelos problemas sanitários observados nos EUA.
Fonte: AviSite