Alimentos caem e IPCA-15 desacelera alta a 0,19%, atingindo o menor nível para outubro em sete anos

A prévia da inflação oficial brasileira voltou a ceder devido à queda dos preços dos alimentos, atingindo o menor resultado para outubro em sete anos e aproximando-se de 8% em 12 meses, o que tende a favorecer o ciclo de afrouxamento monetário do Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta a 0,19% neste mês, contra 0,23% em setembro, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 12 meses até outubro, o indicador acumulou alta de 8,27%, após 8,78% de setembro. Embora permaneça acima do teto da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2% para mais ou menos, o resultado destaca a trajetória de queda da inflação.

Os números também foram ligeiramente melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters junto a economistas, de alta de 0,21% na comparação mensal, acumulando em 12 meses 8,29%.

O principal responsável pelo alívio na inflação foi a queda de 0,25% nos preços do grupo Alimentação e Bebidas, após variação negativa de 0,01% no mês anterior.

Entre os alimentos de maior peso para as famílias, o IBGE destacou queda de 8,49% nos preços do leite longa vida. A expectativa é de que os alimentos continuem cedendo até o fim do ano, configurando um cenário favorável para que o BC continue reduzindo a taxa básica de juros.

Outro ponto que pode ajudar no arrefecimento da inflação é a decisão da Petrobras, na semana passada, de reduzir o preço do diesel em 2,7 % e da gasolina em 3,2% nas refinarias, o que começou a valer a partir da zero hora de sábado (15).

Após mais de um ano de Selic inalterada, o BC reduziu a taxa básica de juros nesta semana em 0,25%, a 14%.
As expectativas de inflação no levantamento Focus do BC vêm caindo gradativamente, com a alta do IPCA esperada agora para o final deste ano em 7,01%.

Serviços

Em outubro, nos cálculos do analista de inflação da consultoria Tendências Marcio Milan, o preço de serviços acelerou ligeiramente a alta a 0,46%, sobre 0,43% no mês anterior, pressionado pelas passagens aéreas, que subiram 10,36% neste mês, segundo o IBGE.

Esse, entretanto, será um movimento sazonal já considerado no mercado. Excluídas as passagens aéreas, o setor de serviços avançou 0,37% neste mês, sobre 0,45% em setembro, segundo o economista. A tendência dos preços no setor de serviços é de continuar arrefecendo até o final do ano e no ano que vem, na análise de Milan.

“O resultado de hoje (de serviços), apesar dessa alta, não alterou de forma significativa a tendência que vem sendo apresentada o ano inteiro, de leve desaceleração”, disse ele.

O mercado está particularmente atento à inflação de serviços, já que o BC deixou claro que essa variável – junto à questão fiscal – é importante para aumentar ou não ritmo do ciclo de afrouxamento.

 

Fonte: Reuters

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