Algodão: safra 2014/15 terá redução de área e produção, aponta Conab

A produção brasileira de algodão na safra 2014/15 deve ocupar uma área de 976,9 mil hectares, 12,9% menor que a temporada passada, o que equivale a uma redução de quase 144,7 mil hectares. As reduções observadas na área plantada foram influenciadas pela conjuntura adversa, tanto interna quanto externa, com estoques elevados e queda no preço da pluma. Os números foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (10.04), no 7° Levantamento da Safra de Grãos 2014/2015.

A produção nacional de algodão em caroço está estimada em 3.834,7 mil toneladas, 12,9% menor que a safra passada. O Mato Grosso é responsável por 60% deste total da produção e a Bahia outros 26% da produção. A produção nacional do algodão em pluma está estimada atingir 1.509,1 mil toneladas, representando uma diminuição de 13% quando comparada com a produção do ano anterior, que totalizou 1.734 mil toneladas.

A Região Centro-Oeste é a maior produtora de algodão do país. Atualmente a cultura plantada em primeira safra encontra-se nas fases de florescimento e frutificação, enquanto o algodão segunda safra encontra-se nas fases de desenvolvimento vegetativo e floração.

O Mato Grosso, maior produtor, deve sofrer uma redução absoluta na área de aproximadamente 80,4 mil hectares. Essa redução ocorre em função dos baixos preços alcançados na arroba da pluma. O algodão é uma cultura de custo bastante elevado e os produtores precisam trabalhar com um planejamento estratégico, de forma a estimar o custo de produção e vender antecipadamente o produto, com o intuito de obter uma boa margem de lucro.

Em Goiás a cultura apresenta bom aspecto sanitário, com baixa incidência de pragas e doenças. A maior parte das lavouras entrou na fase reprodutiva do ciclo. Além disso, estão sendo realizadas adubações de cobertura, aproveitando o bom regime de chuvas que ocorrem, no momento, nas áreas produtoras.

Em Mato Grosso do Sul a maioria do algodão plantado na região norte encontrase na fase inicial de desenvolvimento reprodutivo. Esta é uma das fases mais importantes da cultura, pois, nela se define o potencial produtivo da cultura. Nessa fase as condições climáticas (excesso ou deficit hídrico) podem influenciar a produtividade do algodoeiro.

Na região Sul e Central do estado, as lavouras de algodão estão chegando em fase final de frutificação e a presença de percevejo marrom (euchistus heros) requer atenção pelos produtores. Em alguns locais já foi feita aplicação de desfolhantes, sendo que a colheita deve iniciar em breve. As precipitações, neste estágio, podem interferir diretamente no rendimento e qualidade da fibra, uma vez que na região as precipitações permanecem
frequentes.

Na Região Nordeste a área de algodão deve sofrer redução, impulsionada pela redução na Bahia, segundo maior produtor nacional, onde se prevê uma redução na área plantada de 38,3 mil hectares. A justificativa da queda está relacionada ao alto volume dos estoques mundiais, que por consequência, impactou negativamente no preço da pluma. Estima-se um aumento de 4,7% na produtividade, sendo atribuída às boas condições climáticas. A cultura segue em pleno desenvolvimento, com maior parte no desenvolvimento de fruto (maçãs).

No Maranhão metade dos financiamentos para a cultura do algodão são custeados pelos próprios produtores. O plantio foi iniciado em dezembro, com 85% plantados, e finalizado em janeiro. O atual ciclo da cultura espelha 100% em desenvolvimento vegetativo, enquanto que a colheita deverá ser iniciada em junho, com término em julho.

No Sudeste deve ocorrer, em termos percentuais, a maior redução na área entre as regiões do país, cerca de 22,8%. Em Minas Gerais a área de cultivo de algodão está estimada em 18,8 mil hectares, sinalizando uma redução de 10% em relação à safra anterior, acompanhando a tendência baixista nos preços de comercialização de pluma, motivada pelo aumento da oferta mundial de algodão acima do crescimento do consumo. O plantio de algodão em Minas Gerais normalmente inicia-se a partir de 20 de novembro, quando se encerra o período de vazio sanitário de 60 dias, instituído pelo Instituto Mineiro de Algodão (IMA), como medida fitossanitária para prevenção e controle do bicudo e para proteger a produção mineira dos prejuízos ocasionados pela praga.

Isenção desta obrigatoriedade foi concedida, através da Portaria IMA nº 1.409/2014, às propriedades do Norte de Minas, localizadas abaixo de 600 metros de altitude, georreferenciadas pela Amipa e informadas ao IMA, e que puderam, portanto, manter suas áreas de soqueira. O plantio da safra de algodão no estado concentrou-se em dezembro. Já foi iniciada a colheita das áreas de soqueira, do Norte de Minas. Para o estado, estima-se uma produtividade média de 3.600 kg/ha, 3,8% maior do que a safra passada, em função do bom regime de chuvas ocorridas em março.

 

Fonte: Agrolink

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