A safra de algodão 2020/21 no Brasil deverá bater o recorde de 2.9 milhões de toneladas, informou o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e membro da Câmara Setorial do Algodão do Ministério da Agricultura, Hélio Sirimarco. A projeção leva em consideração dados que foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, o vice-presidente da SNA acrescentou que a área de produção na próxima safra deve ser menor.
“Segundo estimativas de mercado, de 60% a 70% dessa safra já está vendida. O produtor está aproveitando os momentos que o mercado vem proporcionando, especialmente em relação ao dólar”, disse Sirimarco. Ele acrescentou que, no cenário das exportações, “o Brasil tirou proveito” da crise entre Estados Unidos e China. “Estamos ocupando o lugar dos EUA na soja e principalmente no algodão. O volume de vendas é bastante grande”.
Para Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo, mas está tentando assumir a liderança. Segundo o executivo, “é bastante positivo para a cotonicultura brasileira ter um grande mercado local, assim como para a indústria brasileira ter um grande abastecimento local”.
No mercado internacional, o mercado está desfavorável. “Com a crise, houve queda de consumo do setor têxtil, em especial na área de vestuário. Após a decretação da quarentena, o mercado global de consumo caiu quase 90%. Na pré-pandemia, era de 35%”, completa ele. A cotonicultura é uma atividade não irrigada, que utiliza água de chuva, que se destaca pela produtividade, entre outros fatores”, lembrou Pimentel, acrescentando que o Brasil é o maior produtor de algodão certificado do mundo.