O diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), José Milton Dallari, se mostra otimista em relação aos primeiros sinais do governo do presidente interino Michel Temer. Segundo ele, os impactos das mudanças esperadas na macroeconomia brasileira serão muito benéficos para a agricultura e a pecuária.
“Com a redução da taxa de juros, o custo fica menor e incentiva o aumento da produção visando a exportar mais. O agronegócio continuará contribuindo para o saldo positivo da balança comercial, ajudando a PIB brasileiro a não ser ainda menor”, avalia.
O primeiro aspecto destacado por Dallari é o câmbio, que atingiria um ponto de equilíbrio para as exportações brasileiras em R$ 3,70 por Dólar. “A expectativa é chegar ao fim de 2017 com o câmbio na faixa de quatro Reais”, projeta o técnico.
Outro ponto nevrálgico apontado por Dallari é o déficit público: “De que maneira nós vamos corrigir esse déficit público e onde buscar 70 bilhões para compor o déficit do Tesouro?Provavelmente, através da redução de custos efetivos, de custo com pessoal terceirizado e de custo com alguns investimentos, senão não conseguiremos fechar essa conta”.
“Se o governo conseguir aprovar as medidas na Câmara dos Deputados e o Congresso votar, vai ajudar muito a resolver a questão do déficit público. E com o orçamento em patamares iguais aos da inflação, a expectativa é que a despesa do governo caia entre dois e três anos, mas, de qualquer forma, vai terminar o mandato e ainda terá muita coisa por fazer”, explica.
A consequência destas medidas, segundo o representante da SNA, é a queda da inflação para um patamar entre 8,5% e 9%, em 2016, atingindo o centro meta de 6% a 7% em 2018. “Outro reflexo será queda da taxa de juros, que deve voltar aos patamares de 9% a 10%/ano em três anos”, conclui.
Fonte: Agrolink