Agroindústrias têm forte recuperação

Após as fortes quedas observadas nos primeiros meses de pandemia e avanços tímidos em julho e agosto em relação aos mesmos meses de 2019, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) registrou reação expressiva em setembro.

Segundo o FGV Agro, o indicador apresentou variação positiva de 7,20% na comparação interanual. O salto, o maior para um mês de setembro desde o início da série histórica em 2003, foi impulsionado pelo segmento de alimentos e bebidas, cujo avanço foi de 11,60%, também recorde. Mas, depois de seis meses de recuos, também houve crescimento na área de produtos não-alimentícios, embora ainda baixo (2,10%).

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

No ramo de alimentos e bebidas, cresceram em setembro, em comparação ao mesmo mês de 2019, as produções de alimentos de origem vegetal (17,40%) e animal (4,4%), e as de bebidas alcoólicas (15,30%) e não-alcoólicas (12,10%). Entre os produtos não-alimentícios, houve avanços em fumo (53,80%), produtos florestais (7,60%) e borracha (1,50%), mas retrações em biocombustíveis (6,70%), produtos têxteis (2,90%) e insumos (0,40%).

Segundo o FGV Agro, mesmo com a forte recuperação, o indicador encerrou os nove primeiros meses do ano em queda de 2,50%, mas poderá subir em 2020 como um todo, o que no fim do primeiro semestre parecia não ser uma possibilidade plausível.

Com os resultados de setembro, o centro passou a prever que o resultado anual do PIMAgro ficará entre uma queda de 2,50% e um aumento de 0,60%. O segmento de alimentos e bebidas deverá registrar alta de 3,40% a 4,70%, enquanto para a área de produtos não-alimentícios é esperada variação negativa de 3,70% a 8,70%.

“Por trás da contração menor da agroindústria em relação às projeções anteriores (era esperada uma queda de 4,20%), há perspectiva de retração menos intensa do PIB, de maior depreciação da moeda nacional (comparado com a média de 2019) e de menor deterioração da confiança do empresário industrial”, informou o FGV Agro.

 

Fonte: Valor

 

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