Agroindústria poderá crescer 7,40% neste ano

O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) voltou a subir em junho e, diante de uma recuperação que ganhou força no quarto trimestre do ano passado, motivou uma revisão para melhor das expectativas para o segmento em 2021 como um todo.

Segundo o FGV Agro, o indicador registrou variação positiva de 2,80% em junho, sustentado pelo grupo de produtos não-alimentícios, cuja alta foi de 16,30%. No segmento de produtos alimentícios e bebidas houve nova queda, de 6,80%.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

Embora tenha sido o menor avanço desde fevereiro, em relação a maio deste ano, houve recuo, o FGV Agro passou a estimar um aumento entre 3,20% e 7,40% do PIMAgro no acumulado de 2021, em relação ao intervalo de 1,60% a 6,80% estimado inicialmente.

No primeiro semestre, o avanço foi de 6,90% em relação ao mesmo período de 2020, determinado pelo segmento de produtos não-alimentícios (alta de 18,80%). Na área de alimentos e bebidas, a variação foi negativa (2,50%).

Os analistas do Centro ressalvam que há uma “herança estatística” que deve ser considerada na equação. Isso porque, com a pandemia, o indicador desabou durante diversos meses. “Mesmo que a agroindústria não ampliasse efetivamente sua produção neste ano, o setor apresentaria uma taxa de crescimento positiva”, avaliam os especialistas.

No primeiro semestre, quase todas as áreas analisadas do grupo de produtos não-alimentícios registraram recuperação. A maior foi a da borracha (39,50%), seguida por têxteis (34,60%), insumos (21,10%) e florestais (8,80%). Apenas o índice dos biocombustíveis recuou, 6,80%. No caso dos produtos alimentícios e bebidas, houve queda de 5,70% e avanço de 11,40%, respectivamente.

“O segmento de produtos alimentícios e bebidas deverá apresentar relativa estabilidade em 2021 em relação ao ano anterior. O crescimento não deverá ser tão expressivo porque o segmento cresceu de forma robusta em 2020 (3,30%), logo, a base de comparação é larga”, indica o FGV Agro em sua análise. No segmento de produtos não-alimentícios, o aumento estimado para este ano é de 7,60% a 14,10%.

 

Valor

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