A Agroconsult reduziu sua projeção para safra de soja do Brasil 2014/15 para um volume ainda recorde de 94,8 milhões de toneladas, ante 95,1 milhões estimadas início de setembro, após ajustes na estimativa da safra 2013/14.
“Fizemos ajustes nos dados da safra 2013/14 (área e produtividade), e por isso houve ajustes na safra 2014/15. Para produtividades (da nova safra) ainda usamos linhas de tendência, pois não existe informação de campo nesta época do ano suficiente para projetar dados de produtividade”, disse analista da consultoria Marcos Rubin, em entrevista ao chat da Thomson Reuters Trading Brazil.
A estimativa da safra 2013/14 foi reduzida para 86,4 milhões de toneladas, ante 87,8 milhões de relatório divulgado no início de setembro.
As primeiras lavouras de soja do Centro-Oeste e do Paraná começaram a ser plantadas nas últimas duas semanas, em meio a chuvas ainda irregulares na parte central do país, mas que permitiram os trabalhos de campo em diversas regiões.
“As condições de safra são normais até o momento. O plantio deve ganhar ritmo nas próximas semanas”, destacou Rubin.
Em relação à safra de milho verão 2014/15, a Agroconsult manteve a estimativa de 29,2 milhões de toneladas, ante 29,8 milhões de toneladas em 2013/14.
A Agroconsult não divulgou projeção para a safra de milho de inverno, plantada logo após a colheita da soja.
PREÇOS
A Agroconsult projeta que a soja na bolsa de Chicago seja negociada em média de 10 dólares por bushel ao longo da temporada.
A média representa uma forte baixa ante os níveis de comercialização dos últimos dois anos. O primeiro contrato chegou a tocar 17,94 dólares em setembro de 2012 e 16,30 dólares em julho de 2013.
Atualmente os preços internacionais estão no menor patamar em cerca de quatro anos e meio, pressionados pela ampla oferta global, em meio a safras recordes nos EUA e no Brasil.
Por outro lado, o real cada vez mais desvalorizado frente o dólar deverá compensar em parte a perda de rentabilidade ao produtor imposta pelos preços baixos.
“Com cambio de 2,40 reais por dólar e a soja a 10 dólares, a conta fica perto do ‘break-even’ no norte do Mato Grosso. Se considerarmos custos administrativos, que variam muito em cada propriedade e arrendamento, a conta não fecha”, disse Marcos Rubin, citando cálculos que incluem ainda custos com insumos, operações, mão-de-obra e depreciação.
Fonte: Reuters