Agroconsult estima a segunda safra de milho do Brasil em 55 milhões de toneladas

Produtores brasileiros devem colher menos milho na segunda safra deste ano, já que o atraso no plantio e a prolongada seca reduziram a produção do segundo maior exportador mundial da commodity. A informação é da Agroconsult.

Após a expedição técnica Rally da Safra, a consultoria previu que a segunda safra de milho do País, que está sendo colhida, irá totalizar 55.2 milhões de toneladas, abaixo das 57 milhões de toneladas estimadas em maio e inferior também ao recorde de 67.3 milhões de toneladas da safra anterior.

A expedição técnica liderada pela Agroconsult terminou no dia 8 de junho e cobriu grande parte da área plantada da segunda safra de milho do País nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

“Outro fator que está contribuindo para a queda na produção e nos rendimentos foram os menores investimentos nos campos”, disse Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult.

A previsão da consultoria foi feita depois que o governo estimou no início deste mês que a segunda safra de milho do Brasil, a safrinha, seria de 58.2 milhões de toneladas nesta temporada, quase nove milhões de toneladas a menos em relação a temporada passada.

“Atrasos na colheita de soja estreitaram a janela ideal para a plantação do segundo milho”, informou anteriormente a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), acrescentando que a seca também afetou a safra.

A safrinha, que é plantada depois da soja em muitas áreas, representa cerca de 70% da produção do país e o torna o terceiro maior produtor do mundo, depois dos Estados Unidos e a China.

Graças à segunda safra, o Brasil se tornou recentemente um grande competidor para os EUA nos mercados globais, especialmente na segunda metade do ano.

A Agroconsult manteve sua previsão para a exportação de milho a 28 milhões de toneladas neste ano, apesar das incertezas relacionadas ao custo do frete rodoviário, depois que o governo decidiu intervir, após os protestos de caminhoneiros contra os altos preços de combustíveis no mês passado.

No entanto, algumas tradings de grãos pararam de comprar soja e milho brasileiro, conforme os receios sobre o aumento do custo logístico que congelaram o mercado das duas maiores commodities do país. “Não há movimento no mercado”, disse André Debastiani, outro sócio da Agroconsult.

A situação está preocupando alguns agricultores, já que eles estão colhendo o milho agora e não têm muito espaço nos silos, afirmou Debastiani.

 

Fonte: Reuters

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