Mais uma vez o agronegócio brasileiro segurou o resultado da balança comercial do País, ao registrar superávit em abril. As exportações de produtos agropecuários superaram as importações em US$ 7,1 bilhões. Em igual período, os demais itens não relacionados ao agro tiveram um déficit de US$ 2,2 bilhões. No mês passado, as vendas externas, de modo geral, somaram US$ 4,8 bilhões.
De acordo com dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa), divulgados nesta segunda-feira, 9 de maio, as exportações do setor agropecuário cresceram 14,3% em abril na comparação com o mesmo período de 2015. O faturamento contabilizou US$ 8,08 bilhões, um aumento de 52,5% de todo o valor exportado pelo Brasil.
Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco, diante do cenário de crise econômica no País, “que não deve dar trégua tão cedo”, a balança comercial brasileira continuará sendo mantida pelo agronegócio: “Esta situação deve se manter no próximo trimestre. Mas no segundo semestre, até em função da entressafra dos grãos – soja e milho –, os volumes das exportações agrícolas tendem a diminuir”.
Segundo a SRI/Mapa, o incremento de 14,3% das vendas externas ocorreu por causa do aumento da quantidade exportada de variados produtos agrícolas. No complexo soja, por exemplo, o volume embarcado chegou a 11,6 milhões de toneladas, um recorde para os meses de abril. “Em nenhum mês de abril de toda a série histórica (de 1997 a 2016), as exportações do setor ultrapassaram 10 milhões de toneladas”, disse a secretaria do órgão, Tatiana Palermo, durante entrevista coletiva.
“Com este volume recorde exportado em abril, somente a soja representou 50% da receita. Este volume deve se manter alto em maio e junho, já que boa parte da safra de 2015/16, que está sendo colhida, já está vendida”, destaca o vice-presidente da SNA.
CARNES
Segundo ele, vale mencionar também o aumento das exportações do setor de carnes, que registrou alta de 4,4%. “Só as exportações da carne de frango aumentaram 9,7%. Atualmente, nosso País já é o maior exportador mundial deste tipo de carne, com 25% do mercado mundial no ano de 2015.”
Para Sirimarco, as vendas externas do complexo soja continuam em alta por causa do impacto do câmbio, desde o ano passado. “Em função da alta do dólar no segundo semestre de 2015, a soja brasileira ficou bastante competitiva no mercado internacional, atraindo os exportadores. Isto fez com que os produtores antecipassem as vendas e os embarques.”
Depois da soja, que ocupou o primeiro lugar na balança comercial do agronegócio, o setor de carnes aparece em segundo, com faturamento de US$ 1,2 bilhão, alta de 4,4% sobre abril de 2015. Sozinha, a carne de frango cresceu 9,7%.
ACUMULADOS
De acordo com relatório da SRI/Mapa (leia link encurtado: ow.ly/Hh2j3005P1V ), entre janeiro e abril de 2016, as exportações brasileiras do setor agropecuário somaram US$ 28,1 bilhões, resultando em um crescimento de 10,2% sobre o mesmo período em 2015. As importações chegaram à marca dos US$ 4 bilhões, queda de 19,5% na mesma comparação.
Ainda segundo o relatório, como resultado disto, o superávit da balança do agro passou de US$ 20,52 bilhões entre janeiro e abril de 2015, para US$ 24,1 bilhões neste ano. Os produtos agropecuários foram responsáveis por mais da metade das exportações brasileiras totais no período (50,2%).
O documento também mostra o acumulado dos últimos 12 meses – de maio de 2015 a abril deste ano (link encurtado): a balança registra saldo positivo de US$ 78,729 bilhões.
Por equipe SNA/RJ