Para gerar renda extra durante a entressafra, produtores gaúchos têm apostado no plantio de girassol, cultura que já tem mercado garantido no Rio Grande do Sul. Na última safra, foram colhidas mais de cinco toneladas do grão no estado, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na propriedade de Miguel Nedel em Giruá, na Região Noroeste, 180 hectares foram dedicados ao girassol no período da safrinha, quando a lavoura pode ser melhor preparada para receber grãos como o da soja, que só voltam a ser cultivados em novembro.
Em 2016, a área plantada cresceu quase 90% no estado, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A Conab disse que a produtividade gaúcha foi uma das maiores entre os estados produtores. “É importante sempre para a ciclagem de nutrientes, a cultura seguinte implantada é beneficiada”, disse o gerente regional adjunto da Emater de Santa Rosa, José Vanderlei Waschburger.
O trabalho no campo implica na movimentação da indústria, que usa a semente de girassol como matéria-prima de produtos como biodiesel, óleo e ração para pássaros. Grande parte da produção gaúcha vai parar nas prateleiras de supermercados. O óleo tem um preço um pouco maior que os outros, mas traz uma série de benefícios para a saúde.
O óleo é capaz de reduzir as chances de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ataque cardíaco, diminuir a pressão sanguínea, além de ser um importante aliado contra a dor de cabeça. Por isso, é usado para ajudar a tratar enxaquecas. “Duas colheres de sopa por dia, frio, nunca aquecê-lo”, disse a tecnóloga em alimentos Eliane Schmidt.
Outra utilidade do girassol é a de ração para pássaros. Em uma cooperativa de Santa Rosa, no noroeste gaúcho, a procura pela semente cresceu 10% desde o começo deste ano. “Todo ano, a gente tem um acréscimo na nossa linha de produtos, e o girassol é um deles. Além de alavancar as vendas, ajuda na diversificação das propriedades”, disse o coordenador agroindustrial Sanatiel Tibulo.
O cultivo da “safra cheia” do girassol começa em agosto. Para o engenheiro agrônomo, os produtores ainda precisam conhecer melhor a cultura para que o plantio siga ganhando espaço nas lavouras.
Fonte: G1