Discutir uma agenda de reformas que envolva empresários, produtores rurais e sociedade civil é visto como o grande desafio do agronegócio brasileiro na área de infraestrutura e logística, especialmente após o governo federal anunciar um investimento que passa dos R$ 190 bilhões pelo Programa de Investimento em Logística (PIL). Do papel para a prática há muito a debater.
Vice-presidente diretor da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), José Mário Schreiner, que também está à frente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), o Brasil possui gargalos de infraestrutura que atrapalham a atividade econômica e produtiva.
“Ao investir na solução destes problemas, podemos melhorar nossa competitividade em longo prazo e movimentarmos nossa economia”, ressalta ele, que acredita ser praticamente impossível que haja fortes investimentos no setor em curto tempo, principalmente por causa do ajuste fiscal implantado pelo governo federal e da desaceleração econômica pela qual passa o País.
Na visão de Edson Novaes, gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, apesar de o agronegócio nacional ter expandido suas fronteiras e conquistado maior volume de exportações no cenário internacional, pouco foi feito no sentido de incentivar as empresas privadas, em parceria com o poder público, para sanar os gargalos de infraestrutura e logística do Brasil.
Segundo Novaes, é necessário apresentar propostas s sobre os principais gargalos das exportações e produções do setor ao governo. “Isto será feito por meio de diagnósticos do Banco Internacional de Desenvolvimento”, afirma.
DIAGNÓSTICOS
Durante recente encontro da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, as propostas para o setor de infraestrutura e logística foram apresentadas pelo representante do departamento de integração do BID, Guilherme Piereck. Ele comanda os projetos de planejamento e execução de estudos que objetivam apontar as necessidades de investimentos que apoiem o setor agroexportador.
“Esses diagnósticos, serão responsáveis pela identificação dos investimentos estratégicos necessários, além de oferecer apoio à disseminação e capacitação dos agentes e atores envolvidos e a assessoria técnica para a implementação das ações propostas”, explicou Piereck, em discurso no evento.
Em debate com o BID, representantes do agro destacaram que, por incapacidade de bancar com os custos de transporte, o Brasil deixou de produzir quatro milhões de toneladas de soja e milho, somente no ano passado. Ainda salientaram que, assim como o escoamento dos dois tipos de grãos, o de suínos, aves, leite e tomate também foram prejudicados em 2014.
De acordo com a Faeg, em agosto será realizado um workshop com os principais agentes das cadeias envolvidas no estudo, para a finalização do planejamento e apresentação das propostas de investimentos ao governo e a iniciativa privada, com ênfase para Goiás, considerado Estado importante para o escoamento da produção agrícola, por estar localizado no centro do País.
Por equipe SNA/RJ com Faeg